terça-feira, outubro 31, 2006

ENTENDA OS NÚMEROS DA GOLEADA

Paulo Henrique Amorim



A goleada de Lula se explica da seguinte maneira:



1)Alckmin teve menos votos no segundo turno do que no primeiro: 40 milhões de votosx 37 milhões
de votos.
A única vez em que isso aconteceu na política brasileira – ter menos votos no segundo turno – foi
com outro tucano, candidato a prefeito de Belo Horizonte, Amílcar Martins;

domingo, outubro 29, 2006

Contra Voto Obrigatório

Agora vai começar a hora de cobrar dos candidatos eleitos, governadores e Presidente, tudo que foi prometido.
Não esquecendo que a Eleição não acabou. É um processo contínuo. Todos temos que lembrar que em 2008 tem eleição parar prefeito, em 2010 pra Presidente e Governador e assim sucessivamente.
O processo democrático é isso.
Não adianta ficar acompanhando política só na hora dos horário políticos. Isso não resolve.
Quem pensa em Votar no Serra ou no Aécio, parar presidente em 2010, deve acompanhara, passo-a-passo tudo que eles andam fazendo.
Com o advento das facilidades e acessibilidades da internet, todos podemos acompanhar o que seus futuros candidatos estão fazendo.
Não é lógico que as pessoas se influencie pelas "Globos", revistas "Veja", "Isto é", da vida.
Quem quiser fazer algo, deve brigar pelos seus direito na rua. Cobrar e exigir que mudanças sejam realmente implantadas.
Quem quiser ficar fora disso tem todo o direito, mas também deveria ter o direito de não ir votar.
Se votar não fosse obrigatório, teríamos uma eleição diferente, pois só quem tivesse uma verdadeira consciência política iria votar.
Lembrem-se que existe outras fontes de informação. Existem sites que tratam de assuntos, como a política mesmo, que são mais isentos.
Gosto do blog de Paulo Herique Amorim, do vermelho.org, do Nassif etc.
No voto que não é obrigatório os candidatos teriam que concietizar o povo.

Boa semana a todos.

Eleição 2008

Agora vai começar a hora de cobrar dos candidatos eleitos, governadores e Presidente, tudo que foi prometido.
Não esquecendo que a Eleição não acabou. É um processo contínuo. Todos temos que lembrar que em 2008 tem eleição parar prefeito, em 2010 pra Presidente e Governador e assim sucessivamente.
O processo democrático é isso.
Não adianta ficar acompanhando política só na hora dos horário políticos. Isso não resolve.
Quem pensa em Votar no Serra ou no Aécio, parar presidente em 2010, deve acompanhara, passo-a-passo tudo que eles andam fazendo.
Com o advento das facilidades e acessibilidades da internet, todos podemos acompanhar o que seus futuros candidatos estão fazendo.
Não é lógico que as pessoas se influencie pelas "Globos", revistas "Veja", "Isto é", da vida.
Quem quiser fazer algo, deve brigar pelos seus direito na rua. Cobrar e exigir que mudanças sejam realmente implantadas.
Quem quiser ficar fora disso tem todo o direito, mas também deveria ter o direito de não ir votar.
Boa semana a todos.

Direito ou obrigação do voto?

Eleições 2008: o exercício do direito de votar pode mudar

Desde que o povo brasileiro reconquistou o direito de eleger seus representantes por meio do voto, eleições e democracia são, no Brasil, tratadas praticamente como sinônimos. A questão é tão importante que figura na Constituição federal como cláusula pétrea – um ponto que não pode ser retirado pelo Congresso.

Os legisladores não podem, nessas cláusulas pétreas, retirar direitos adquiridos pelo cidadão. Entre esses direitos está “o voto direto, secreto, universal e periódico”. Assim, se alguma proposição viesse a sugerir que o brasileiro fosse obrigado a declarar seu voto ou que as eleições fossem realizadas de maneira indireta, ela não poderia sequer ser objeto de deliberação no Congresso.
No entanto, há diversos projetos tramitando no Senado e na Câmara que alteram as regras para o cidadão exercer seu direito de voto, que podem trazer novidades a partir das eleições de 2008.

O tema mais polêmico diz respeito à obrigatoriedade do voto. No Brasil, determina a Constituição, o voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 70 anos e opcional para os que têm mais de 16 e menos de 18 ou para os que passaram dos 70 anos. Juristas entendem que tornar o voto facultativo não retirará do cidadão nenhum direito, mas, ao contrário, dará a ele um novo direito: o de não votar. E, portanto, não seria atingido pela limitação de reforma imposta pela cláusula pétrea.

Com esse intuito, tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 39/2004, de iniciativa do senador Sérgio Cabral. O relator, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), já apresentou seu voto, sugerindo o adiamento da discussão dessa matéria até que se concluam no Congresso os estudos sobre uma reforma política mais ampla. Também está na CCJ - com parecer favorável do relator, senador Alvaro Dias (PSDB-PR) -, a PEC 65/2003, cujo primeiro signatário é o senador Pedro Simon (PMDB-RS), para permitir o voto facultativo ao preso, mas manter sua inelegibilidade.

A PEC 38/2006 visa separar as eleições de âmbito nacional das demais. Tendo como primeiro signatário o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), também tramita na CCJ do Senado. Para Azeredo, a não-coincidência das datas das eleições nacionais com as regionais tornariam os debates mais bem aproveitados: temas nacionais à época da eleição para a Presidência da República, para o Senado e para a Câmara dos Deputados; e temas regionais à época das demais eleições - governador, prefeito, deputado estadual e vereador -, que passariam a ser coincidentes.

Já o senador Marcos Guerra (PSDB-ES) apresentou a PEC 42/2006, com a idéia de eleições gerais para todos os cargos de quatro em quatro anos a partir de 2014, simultâneas em todo o país. A matéria também está na CCJ.
Está na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei do Senado (PLS) 398/2003, de autoria da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que prevê que os brasileiros que estiverem no exterior no dia da eleição possam votar para governador, vice-governador e senador. O projeto foi aprovado no Senado no final de 2005.

Muitos outros projetos sobre eleições tramitam na Câmara e no Senado, como o que institui uma reforma política propriamente dita, abrangendo questões como eleições por meio de lista partidária e fim do coeficiente eleitoral, entre outros temas.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Vote bem. VOTE LULA !!!

É pessoal, amanhã é sábado, véspera de eleição. Sei que fiz várias críticas aqui contra Geraldo Alckmin e contra a imprensa. Na verdade só entrei nessa briga porque vi uma coisa absurda. Os grandes jornalistas e colunistas criticando um governo que só fez o Brasil crescer. Não sou ligado a nenhum partido, muito menos ao PT. Nunca votei no PT, só o fiz no segundo turno de 2002, até então meu voto era do Ciro Gomes.
Hoje defendo o Lula, vejo um governante honesto e inteligente. Não sei se por corporativismo ou constrangimento, mas todos começaram a criticar o governo Lula.
E houve algum governo melhor? Por que ninguém discute isso?
O governo de Geraldo Alckmin foi bom?
Em São Paulo ele foi um incompetente gerencial. O estado teve que vender estatal pra pagar as contas! Privatização é ruim sim. Não tem quem me prove o contrário.
Amanhã, sábado, vou descansar. Como estou em outro estado não voto, aliás, acho que se o Brasil fosse uma democracia plena, voto seria facultativo.
Segue abaixo um trecho do diagnóstico de Luis Nassif, jornalista há mais de três décadas e ex-membro do conselho editorial da Folha de S.Paulo.

Nassif se tornou uma das vozes mais avessas aos descalabros que tomaram conta do jornalismo. Em sua opinião, a mídia sequer se esforçou para entender um fenômeno como o Bolsa Família - e sai dessa eleição desiludida com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.



Na entrevista que concedeu ao Vermelho - e que abre a série ''Mídia x Mídia'', o jornalista mineiro atacou o presidenciável tucano Geraldo Alckmin. ''A gestão dele em São Paulo, do ponto de vista administrativo, foi absolutamente medíocre e nunca foi avaliada''. De acordo com Nassif, ''Alckmin não tem discernimento'' e sofre de ''incompetência gerencial''.



As declarações de Nassif foram tomadas nesta quarta-feira (25/10), num escritório da Avenida Paulista, em São Paulo, onde o jornalista coordena a Agência Dinheiro Vivo. Confira os principais trechos dessa entrevista exclusiva.



Por que essa onda anti-Lula e anti-PT ficou cada vez mais forte na grande mídia?
No começo do ano passado, alguns colunistas - não oriundos da imprensa propriamente dita -, intelectuais e pessoas do showbiz, basicamente o (Arnaldo) Jabor e o Jô (Soares), começaram uma crítica mais pesada ao Lula e ao PT. Essa crítica, num determinado momento, resvalou para uma posição de intolerância e teve eco na classe média.



Quando teve eco, aconteceu algo que, para mim, é o mais inacreditável que eu já vi em mais de 30 anos de jornalismo: a Veja entra na parada e começa a usar aquele estilo escabroso. É inédito em termos de grande imprensa - e é um suicídio editorial. Agora, aquele estilo acabou batendo aqui, em São Paulo, em alguns círculos do Rio de Janeiro, induzindo a mídia a apostar na queda do Lula. Quando não conseguiu derrubar Lula, a mídia enlouqueceu. E então todos os jornais caminhavam na mesma direção. Isso não existe. Todo mundo endoidou.



Criou-se um clima muito pesado de patrulhamento, ataques, macarthismo. Os colunistas, de uma maneira quase unânime, entraram nesse clima - até por constrangimento. Aquela posição relativamente diversificada que existia nos jornais, através de seus colunistas, acabou. Os colunistas foram inibidos. Há jornalistas aí, com 40 anos de carreira, que escreveram 365 artigos, um por dia, sobre o mesmo assunto, todo dia pedindo a cabeça do Lula.



Não dá. Criou-se uma guerra santa que é incompatível com o papel da mídia. Isso era para os jornais dos anos 50. Partiu-se para um festival de ficção, de arrogância, de agressividade e falta de civilidade que é veneno puro na veia na imagem dos jornais e das revistas que entraram nessa.



E, mesmo assim, o Lula não caiu...
Porque, no começo dos anos 90, tivemos um fenômeno: começou a surgir a ''banda B'' da opinião pública. As classes D e E começaram a ter voz. É a história dos descamisados - e Collor percebeu muito bem isso. Começa a haver nessas classes um novo campo. À medida que o país vai evoluindo, aquela mediação feita pelos coronéis tende a se diluir. Este foi um primeiro ponto. Quando Lula lança o Bolsa Família - que é um programa muito bem-feito e que tem, sim, contrapartida -, ele pega esse fenômeno, que ganha corpo. O Fernando Henrique, que é sociólogo e tal, por conta de sua postura imperial, não percebeu esse novo cidadão emergente.



Outro ponto é que, na medida em que se criou essa unanimidade na mídia, você descartou públicos: o público engajado, que tem seu pensamento - a favor do Lula e do governo -, e que de repente percebeu que não havia nenhum veículo que fosse justo; e o segundo é um público menor, mas muito influente, que é o público dos formadores de opinião bem informados. Com aquela simplificação com que veio a cobertura, estes setores acabaram se desiludindo com a imprensa. Tudo isso surge num momento em que a internet já tinha massa crítica aí, com os blogs e tudo, para fazer contraponto. E entre os blogs tem de tudo.



Aquela diversidade que os jornais ainda tinham e perderam, o pessoal foi buscar na internet. E uma coisa a gente aprende com os blogs: se houver 20 blogs falando ''A'', basta um blog falando ''B'' de forma consistente, que ele inverte e desmascara. Há a interação entre os blogs e seus leitores. Os blogs emergiram como uma alternativa. E isso culminou com a matéria do Raimundo Pereira na CartaCapital. Em outros momentos, a Carta teria feito a matéria e ninguém falaria nada. Agora a matéria teve um alarido infernal, de tudo quanto é blog discutindo. E o tema não morreu.



A ponto de a Globo ter de se explicar...
É, tentou, tentou, mas não conseguiu responder. (Ali Kamel) é um rapaz inteligente, mas há coisas que, se você não consegue explicar, é melhor não tentar. Se você precisa de mais de uma lauda para explicar, não tente. Ele tentou e ficou chato, porque estava claro que era uma armação do delegado visando a Globo.



E aí se entra em outro aspecto: qual o interesse jornalístico de uma foto? Uma foto de dinheiro é igual a uma foto de dinheiro. Não há informação nisso. Essa foto ainda foi maquiada para dar maior fotogenia. O único interesse era como ela ia repercutir nas eleições, como no caso da Roseana Sarney. A gente sabia que esse dinheiro existia há semanas. O fato de aparecer a foto não tem significado nenhum.



Mas os jornais e TVs queriam dar a imagem para saber o efeito eleitoral da foto. Se o único interesse sobre a foto era esse, é evidente que a parte mais relevante do ponto de vista da notícia era saber como vazou a foto. E não deram isso. Manipularam e protegeram o delegado (Edmilson Bruno Pereira). Isso é um episódio marcante. Um golpe como esse, não temos paralelo em nossa história.



A mídia, cumprindo esse papel, é suicida. Ela não tem como ganhar. Se ela derruba o Lula, ela fica com a pecha de golpista para o resto da vida. Todo problema que surgisse seria imputado à mídia. Ou seja, se ela ganha, ela perde. Se não derruba o Lula - que foi o que aconteceu -, ela mostra que perdeu o poder que ela tinha.



Existe nisso um preconceito de classe?
Houve um claro preconceito de classe. No momento da internacionalização da economia brasileira, o Fernando Henrique passa a se cercar de uma corte que é minoritária em São Paulo, mas que tem muita ressonância. É um pessoal que se julga internacionalista, mas é da ''geração Daslu'' - de um esnobismo altamente provinciano visto por um estrangeiro, mas que aqui dentro pegou muitos setores, inclusive da imprensa. Esse deslumbramento cresceu de uma forma muito ampla nesse período, em cima de um conjunto de colunistas muito próximos ao Fernando Henrique.



O grande pecado do Fernando Henrique, lá atrás, foi quando ele começou a desqualificar as críticas e começou a tratar tudo que não era internacional como caipira e provinciano. Ou seja, criaram-se ali as bases para essa visão entre modernos e anacrônicos. O fator Veja foi fundamental para trazer esse componente. A Veja já vinha num crescendo de grosserias e ataques pessoais, mas, no ano passado, explodiu.



E veio até aquela capa absurda de que o PT emburrece o país...
Quando se entra nesse preconceito monumental, a crítica fica desqualificada. Aquele papel da mídia, de ser mediadora, deixa de existir. E o Lula fez uma coisa de gênio político. Quando começaram os escândalos, ele mandou apurar tudo. Na medida em que o pessoal acusado foi tirado do barco, passou a sensação de que era possível reconstruir o governo Lula sem os barras-pesadas que passaram por seu governo.



Então você tem o Bolsa Família mudando a realidade brasileira, com a incorporação das massas excluídas. O Lula não é salvo pela política do Palocci ou do Banco Central, mas pelo Bolsa Família. E não apenas pelos que são beneficiados - mas também por aqueles que estão de fora e percebem que esse programa vai mudar a história do Brasil. Os jornais não se deram conta disso.



Quando ficou claro que o Lula não ia cair, começaram a falar: ''Ah, mas o eleitor do Lula é nordestino, é analfabeto''. E quem fica com eles (os jornais)? Uma classe média muito paulistana, preconceituosa e anacrônica - porque quem é minimamente sofisticado não entra nesse jogo.



Você pega essa prepotência da Veja - esse negócio de ''eu sou imbatível''. Veja aquele rapaz, o diretor, que entrou um dia e disse: ''Hoje derrubamos o presidente!''.



Quem?
O Eurípedes (Alcântara), né? Acho que foi quando saiu aquela matéria do Palocci. Ele (Eurípedes) é que é o grande responsável por toda essa mudança que teve - essa adjetivação, esse clima todo.



A sensação de poder se dá pelo seguinte: você tem canais de TV, jornais, revistas - todos falando a mesma coisa. Só que, quando abre a cortina, tem um monte de gente espiando atrás da cortina. É um olhando pro outro, é um negócio auto-referenciado. Poucas vozes ousaram investir contra esse clima.



Os jornais apostaram na beligerância entre PSDB e PT?
Essa guerra acabou. Os jornais, com amadorismo, achavam que esse clima duraria até a queda do Lula. No dia seguinte às eleições, saem de cena Fernando Henrique, (Jorge) Bornhausen, (Tasso) Jereissati e os jornais e revistas que entraram nessa - eles só prosperam em tempos de guerra. As forças para pacificação são mais fortes do que as forças da guerra.



Fernando Henrique é outro que se queimou. Poderia ser um pacificador... Itamar e Sarney deram declarações, como ex-presidentes, com responsabilidade perante o país. E de repente vem o Fernando Henrique e solta a franga de uma maneira que deixa de ser referência.



Por que as irregularidades do governo Alckmin ficaram completamente fora da pauta da grande mídia, ao menos até as eleições?
A gestão dele em São Paulo, do ponto de vista administrativo, foi absolutamente medíocre e nunca foi avaliada. Então você pega a Secretaria de Educação. Numa entrevista, perguntei para ele: ''Governador, qual a sua proposta para as universidades federais?''. Ele respondeu: ''Vamos criar indicadores de acompanhamento''. E por que não criou nas universidades estaduais? ''Ah, porque isso poderia conflitar com o conceito de autonomia universitária''.



Olha o Rodoanel: quatro anos para resolver uma questão ambiental. Isso não existe. Mas, como precisava criar um anti-Lula, jogam o Alckmin como bom gestor - coisa que ele não era. Tem outras virtudes, mas não essa. E aí precisa vir o Lembo e dizer que o estado está vendendo estatal para pagar contas. Imagina se isso fosse com o governo Lula? Aí começa a ficar explícita a perseguição da mídia.



Você acha que Alckmin não tem condições de governar o Brasil?
Não. O Alckmin não tem discernimento. O Serra e o Aécio pegam gente eficiente, se cercam de bons quadros. E o que o Alckmin faz aqui? Na esfera federal, essa falta de discernimento do Alckmin seria complicada - e estamos falando do que ele já fez no estado, não num país. Não tenho informações sobre desonestidade da parte dele. Agora, no que diz respeito à incompetência gerencial, sim.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Saci Pererê x Pinóquio

Saci Pererê x Pinóquio

Saci Pererê é Brasil...Pinóquio é só um "estado".

Enquanto o primeiro é muito divertido e brincalhão, brasileiro,
popular, humilde, achincalhado pelo preconceito, sem um "pedaço" do
corpo, etc., o segundo é mentiroso, cara de pau, puramente "gringo",
sem expressão (o Grilo Falante ganhou cada vez mais destaque na
estória), usurpador (tirava proveito da bondade de Gepeto), sem "sal",
sem gosto,...um verdadeiro picolé de chuchu!.

Neste 2º turno, Saci Pererê tem mais de 60% da preferência nacional.
Em quatro anos fez muito mais do que os oito do governo do Príncipe
(amigo e "pai" de Pinóquio).
Faltando apenas poucos dias para a eleição presidencial (2º turno)
Pinóquio continua sem apresentar uma única proposta concreta para o
país. Mais uma vez, o "boneco cara de pau" limitou-se a prometer o que
Saci Pererê já faz: emprego, renda, trabalho, sem aprofundar nenhum
desses temas.

A exemplo do que fez nos debates anteriores, Pinóquio insistiu em
repetir chavões do tipo: "Vejam como eu sou diferente do Saci Pererê"
– algo que o eleitor sabe muito bem, como mostram todas as pesquisas,
nas quais o Saci aparece com mais de 30 pontos de vantagem.
"Ao contrário do meu adversário, eu não preciso ficar repetindo que
somos diferentes. Somos diferentes mesmo. Ideologicamente,
programaticamente", reagiu Saci.
O negócio de Pinóquio é privatizar e vender o patrimônio nacional aos
seus compatriotas gringos!.
"Filhote" de FHC, "o Príncipe" (um personagem tipicamente inacabado)
foi o principal vendedor das estatais paulistas ocasionando um enorme
prejuízo a São Paulo.
Certamente que nas mãos de Pinóquio o Banco do Brasil e a Petrobrás,
por exemplo, seriam privatizadas também.
Enquanto Pinóquio critica o Mercosul e demonstra ter saudades da nossa
dependência aos Estados Unidos, Saci Pererê lembra que o Brasil
ampliou a sua participação nos mercados do mundo inteiro, enquanto
fortalece sua importância política... "Desde que nós criamos o G-20,
não há uma reunião no mundo em que o Brasil não seja convidado a
opinar", lembra o Saci.
Depois de vender 18 estatais, Mendonça de Barros (ministro das
Comunicações de FHC, apelidado de "o senhor privatização ") dizia que
o leilão da Telebrás seria bom para o consumidor.
Nos 29 meses em que permaneceu à frente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), contados até abril de 98,
vendeu 18 estatais – a média de uma a cada 45 dias –, arrecadando mais
de US$ 12 bilhões.

Chega de colocar um gato tomando conta do depósito de peixes. Já
fizemos isso durante oito longos anos e São Paulo continua a querer
fazê-lo mesmo depois de doze anos.
Se Homer Simpson (amigo e aliado de Pinóquio) é bom pra São Paulo o
Saci Parerê é ótimo para o Brasil!.

Apesar de lutar pelo fim do voto obrigatório reconheço que neste 2º
turno o melhor candidato é aquele que não se alia ou faz conchavos com
o PCC ou com o CV, que não deu a palavra que não deixaria a prefeitura
e não cumpriu, que não esteve envolvido com a venda do patrimônio
nacional a estrangeiros, que não mas faz, que não esteve envolvido com
mensalões, Caixa2, calote da dívida pública, com inúmeros processos no
Ministério Público, com riquezas acumuladas sem comprovação, promotor
de vários desvios de verbas, de super faturamentos, de obras
inacabadas, da falta de saneamento básico, da péssima qualidade na
saúde pública, da caótica educação, da má distribuição de renda, de
uma injusta carga tributária, do desemprego, do ridículo
desenvolvimento estadual e quiçá nacional, do preço absurdo da água e
da energia elétrica, que não é padrinho de incompetentes nas empresas
públicas ou de capital misto e que não é covarde ao ponto de demitir
pessoas éticas e profissionais sem antes dar-lhe o direito de defesa.


São José dos Campos Outubro /2006
Hypólito Martinez Jr.
M.N.V.N. – Movimento Nacional pelo Voto Nulo
http://www.geocities.com/anuleovoto/
hypolitomartinez@gmail.com
ORKUT - http://www.orkut.com/Home.aspx?xid=11407811020479462641

Atenção Vote certo

Recebi esse e-mail de uma amiga, achei muito legal e postei aqui.

----- Repassado por Cristiana Moreira Pinheiro Lima/STJ em
04/10/2006 12:23 -----

ATENÇÃO

1. Quem iniciou a relação com Marcos Valério, em 1998, foi
Eduardo Azeredo , presidente do PSDB. Tentem imaginar o que foi
feito no período 1998-2002, somente no âmbito federal. Agora
tentem imaginar o que deve ter sido feito nos governos do PSDB e
do PFL, nos governos estaduais, de 1998 a 2006...

2. Quem iniciou o esquema das ambulâncias foi o Serra e o Barja
Negris ,durante o governo FHC. No entanto, a CPI vai investigar
todo mundo, inclusive o Humberto Costa que mandou investigar
isso, menos os mentores do esquema Serra e Barja?

3. Quem violou o sigilo do painel do Senado foi Antonio Carlos
Magalhães, principal cabo eleitoral do Alckmin. Renunciou para
não ser cassado, foi eleito senador e hoje arrota ética e
bom-mocismo. Isso sem falar em toda a sua trajetória, durante a
ditadura militar.

4. Durante o governo FHC, o Procurador-Geral da República era
conhecido como Engavetador-Geral da República, pois todas as
denúncias contra o governo, ele engavetava.

5. Todos sabem que para garantir a emenda da reeleição, o governo
FHC comprou a maioria do Congresso. Havia muitos e fortes
indícios, mas a mídia era (e ainda é) toda a favor da aliança do
mal PSDB-PFL (o mal está - em grande parte ¿ no PFL, antes que os
peessedebistas me crucifiquem).

6. Que o Alckmin impediu que 60 pedidos de CPI, da Assembléia
Legislativa de São Paulo, fossem abertos, para investigar o seu
governo. A que preço, pergunto eu? Lembrar que teve deputado do
PFL, partido aliado do Alckmin, querendo instaurar algumas dessas
CPIs. Sem sucesso...

7. Quem entregou a Cia. Vale do Rio Doce e fez um processo de
privatização das ferrovias, para atender grupos econômicos de
apoio á aliança do mal PSDB-PFL, foi FHC. O ano passado, a Vale
teve "de lucro" o mesmo valor pelo qual foi "vendida". Quanto
custou silenciar ou conseguir o apoio da mídia e do Congresso
para esse crime de lesa-pátria?

8. Quem governou durante oito anos (além dos dois anos como
superministro do Itamar) com apoio incondicional da grande mídia,
que se omitia ou manipulava informações, sendo ou não necessário,
num esquema de cooptação nunca visto, nem durante a ditadura
militar (período em que havia um mínimo de crítica), foi Fernando
Henrique Cardoso.

9. Quem destruiu a infra-estrutura (especialmente energia -
lembram do apagão? - e transportes) foi o professor doutor -
sociólogo - poliglota - gourmet ¿ doutor honoris causa - etc,
Fernando Henrique Cardoso(PSDB).

10. Quem deu novo perfil à Controladoria Geral da União, dando
carta branca para que ela apurasse tudo, sem nenhuma influência
do Presidente ou de qualquer outro Ministro, foi o Presidente
Lula

11. Quem melhorou muito as condições da Polícia Federal e
permitiu que ela efetuasse mais de 300 (contra 60 do FHC)
operações bem sucedidas, em todas as suas áreas de atuação, sem
restrição, foi o Presidente Lula. Além disso, mesmo no caso
recente do dossiê, ele pediu o máximo empenho da Polícia Federal
para elucidar a situação.

12. Quem está governando durante três anos e nove meses, com
praticamente toda a mídia contra, desde o primeiro minuto de
governo, sem trégua e manipulando as informações de tudo quanto é
jeito, é o Presidente Lula

13. Quem está recuperando a infra-estrutura - apesar do estrago
causado pelos oito anos de FHC - é o Presidente Lula

14. Quem conseguiu melhorar significativamente a vida da
população, em especial dos mais pobres, de forma inquestionável,
foi o Presidente Lula

15. Quem irá para a rua, defender o segundo mandato do Lula, é
esse mesmo povo, que não aceitará passivamente a volta do atraso,
ou seja, o retorno da aliança do mal (PSDB-PFL).

16.Quem está trazendo a Refinaria de Petróleo para Pernambuco é o
Presidente Lula agregando emprego e renda é o Lula!

17. Só pra lembrar, Sérgio Guerra(Pernambuco), coordenador da
campanha do picolé de chuchú,Alckmin é um dos anões do
orçamento...

Quer mais?

terça-feira, outubro 24, 2006

A derrota dos "mãos-de-tesoura"

A derrota dos "mãos-de-tesoura"

Luis Nassif posta em seu blog, hoje, um comentário-síntese, chamado “A
Volta do Pêndulo”, sobre o esgotamento do ciclo político que tinha como
pedra de toque a demonização dos gastos sociais no país.

O governo Lula é, em grande parte, responsável por essa virada, porque
alçou um novo protagonista à boca da cena política nacional: o eleitor
pobre, consciente de seus direitos. Esse discernimento veio para ficar.
Deve impor profundos ajustes nas estratégias partidárias, a partir de
agora. Mais que isso: promoverá saudável derrota a uma geração de
"mãos-de-tesoura", formada por especialistas e consultores que dedicaram
quantidades industriais de papel e bílis para inocular na consciência do
país - e conseguiram, em parte, basta ler a mídia - a falácia de que o
arrocho contra os pobres é um requisito para a redenção do capitalismo
brasileiro.

Queiram ou não as elites, considerem ou não atrasado o novo poder eleitoral
dos pobres, - como regurgita FHC - o fato é que terão que dialogar com o
seu discernimento de mundo e negociar com ele um enredo para o Brasil, a
ser repactuado a cada pleito.

Não dá mais para manter intocado o bordão da tal "lição de casa", uma senha
de sofisticação colegial para designar políticas destinadas a assaltar o
reajuste previdenciário, postergar a correção do salário mínimo, esmigalhar
verbas para saúde, rifar a habitação popular, esquecer o saneamento,
classificar como luxo o lazer da juventude nas periferias.

Assim se fez durante décadas. Assim se faz, ainda, em muitos estados
governados pelo tucanato. Leia, a propósito, a estarrecedora noticia
veiculada pela Agência Estado, hoje, sobre o novo arrocho no orçamento da
FEBEM, previsto pelo governo de São Paulo para 2007. É o tal "choque de
gestão".

O equilíbrio fiscal, a qualquer custo, é o andor dessa romaria
interminável, na qual o povo seguia de joelhos e os endinheirados, de
jatinho, helicópteros ou carrões de luxo - blindados, naturalmente, que ali
ninguém é bobo.

Lula mudou o jogo, ao trocar a cenoura podre dessa miragem de futuro por
políticas republicanas imediatas. Com todas as dificuldades herdadas e os
equívocos cometidos - em especial, na área monetária -, seu governo mostrou
ao Brasil que é possível crescer com simultânea redistribuição de renda.
Mais que isso, que o Estado tem papel insubstituível na coordenação desse
processo, caso contrário a desigualdade continuará a avançar em espiral
ascendente.

Esse é o verdadeiro divisor de água que catalisou o debate neste segundo
turno. O que está em jogo não é essa ou aquela privatização, mas uma
concepção de Estado pró-ativo na defesa dos interesses coletivos da
sociedade. Ou a redução do aparelho público uma agência desidratada de
poder e recursos - como quer o PSDB -, que transfere o destino da sociedade
ao arbítrio do mercado.

Ao fazer das políticas sociais um contraponto à lógica mercantil, Lula deu
aos brasileiros pobres uma capacidade de discernimento coletivo face aos
dois projetos em disputa nestas eleições. O resultado é um ponto final na
hegemonia ardilosa da narrativa ortodoxa sobre o nosso desenvolvimento.

A partir de agora, quem quiser disputar o poder neste país terá que
esquecer o blá-blá-blá dos "mãos-de-tesoura" que enriqueceram aconselhando
o Estado arrochar a vida dos pobres.

Diz Nassif:

"... Há limite para tudo. Mídia e mercado consagraram alguns soldados para
cumprir a missão de matar feridos em campo de batalha. São os que montam
suas planilhas e acenam com o fim do mundo, se não se cortarem benefícios
sociais. O inacreditável Fábio Giambiagi chegou ao auge, ao atribuir o
crescimento sub-haitiano brasileiro do ano passado ao déficit da
Previdência. Porque recorre a um besteirol desses? Porque nesses anos todos
essas afirmações ridículas eram tratadas com complacência porque o
pensamento dominante só tinha olhos para os benefícios sociais, como
maneira de desviar a atenção sobre os juros. Valia tudo, até cometer
asneiras desse quilate.

Esse jogo acabou. Hoje em dia, a equipe de cada presidenciável sabe que o
déficit da Previdência se resolve com crescimento; que a redução de
impostos só será possível com crescimento; e crescimento só se alcançará
com juros reduzidos.

Não se vai voltar ao período dos anos 80, de descalabro nas contas
públicas, de protecionismo absurdo. O grande músico e pensador Koelreutter
dizia que o mundo era como uma espiral: dava-se a volta, chegava-se sempre
ao mesmo lugar, mas alguns patamares acima.

O país aprendeu a respeitar a responsabilidade fiscal. Agora, está
reaprendendo os princípios de responsabilidade social..."

segunda-feira, outubro 23, 2006

Alckmin diz que não teme, mas


O governador de São Paulo e presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, garantiu para a imprensa nesta terça-feira (28) que não vê problema na abertura de uma CPI na Assembléia Legislativa para apurar as denúncias do jornal Folha de S. Paulo sobre seu governo. "Nenhum problema que a Assembléia investigue, chame as pessoas, abra CPI. O governo é absolutamente transparente", assegurou Alckmin.

No entanto, horas depois, a base de sustentação de Alckmin na Assembléia votou em bloco contra o pedido de abertura da CPI, feito pelo líder do PT, Enio Tatto. Os líderes dos dez partidos que formam a base pró-Alckmin consideraram que o pedido de CPI "teria caráter eleitoral", segundo o líder do governo na Casa, deputado Edson Aparecido (PSDB).

O deputado também propôs — e a base governista também impediu — a convocação de quatro suspeitos de envolvimento nas fraudes da Nossa Caixa. O banco estadual, segundo a Folha, direcionou sua publicidade para favorecer órgãos ligados aos aliados de Alckmin. Entre os quatro nomes está o de Roger Ferreira, assessor especial de Comunicação de Alckmin, que o governador prometeu não demitir mas que caiu no dia seguinte.

69 CPIs sufocadas

A oposição denunciou uma operação abafa na Assembléia Legislativa para impedir a criação da CPI da Nossa Caixa. E não seria a primeira. Desde 2003, com a reeleição de Alckmin, 69 pedidos de CPI foram feitos na Casa, e nenhuma CPI chegou a funcionar (clique aqui para ver o Especial "Dossiê Alckmin" do Vermelho).

"Essa foi mais uma CPI das 69 que não deixam instalar pela blindagem em torno do Geraldo Alckmin", protestou o Tatto. O deputado reclamou ainda da atitude do PSDB e do PFL, que rechaçaram até a convocação dos quatro envolvidos na Comissão de Orçamento e Finanças, que é permanente. "É uma blindagem completa orientada pelo Executivo, que prega - mas não cumpre - a lavagem ética."

Além de conseguir barrar a CPI, a base de sustentação de Alckmin também conseguiu aprovar que a Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia pedisse apenas os dados da Nossa Caixa já presentes na apuração realizada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

As supostas irregularidades na Nossa Caixa foram detectadas no final do ano passado. Investigações do Ministério Público apontaram ilegalidade na intermediação de verbas de publicidade da instituição para favorecer aliados do governo. No domingo passado, a Folha denunciou em matéria de capa, citando nomes, que emissoras de rádio, TV e revistas de São Paulo teriam sido beneficiadas por contratos de publicidade do banco oficial Nossa Caixa, graças a seus vínculos com deputados estaduais pró-Alckmin.

Por coincidência, a denúncia do jornal e a demissão do auxiliar de Palocci coincidiram com o auge do Caso Francenildo-Palocci e pouco repercutiram nos meios de comunicação. Clique aqui para ver a íntegra da reportagem da Folha de S. Paulo.

sábado, outubro 21, 2006

Lavagem Cerebral

Leia até o fim, faz parte de sua vida.
Pense. Pense. Pense...

DISCURSO DO ALCKIMIN NA OPUS DEI
Viva a Liberdade de Imprensa!
Por Bernardo Kucinski

"Quero agradecer em primeiro lugar aos meus companheiros de
partido de São Paulo. Foi graças a São Paulo que estamos virando o jogo. E
agradecer a meus irmãos da Opus Dei que me confortaram nos piores momentos
da campanha até aqui. Mas quero agradecer acima de tudo aos jornalistas
brasileiros, sem os quais seria impossível desconstruir esse verdadeiro
mito da política que estamos enfrentando. Parecia uma tarefa impossível. O
arquétipo do "pai dos pobres" estava profundamente enraizado no imaginário
popular. Mas certos preconceitos também estavam e a imprensa foi muito
feliz em fazer aflorar esses preconceitos. Lembro a todos a associação dos
petistas a ratos através do poder da imagem, na capa de VEJA que vocês
todos conhecem(1). Vários jornalistas, trabalharam essa associação depois
por escrito, com grande sucesso.(2) Foi um risco calculado, usar mesma
técnica que Goebbels usou no seu filme " O judeu eterno", para convencer os
alemães de que os judeus deveriam ser exterminados. Mesmo porque, não se
trata da eliminação física dos nossos adversários ou dessa raça, como disse
equivocadamente, o nosso amigo senador Bornhausen. Mas se trata, sem
dúvida, de sua erradicação da política brasileira. Outra associação
importante foi com o conceito de "quadrilha" Arnaldo Jabor foi muito eficaz
quando escreveu que "com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no
governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar
no poder 20 anos." A própria palavra "petista" já está adquirindo uma
conotação pejorativa. É, sem dúvida uma grande vitória na batalha pelas
mentes e corações dos brasileiros... (interrupção por aplausos
prolongados).
"Não importa se no final dos inquéritos em curso, não ficar
provada corrupção no governo, ou que o dinheiro do mensalão não veio dos
cofres do Estado, ou que a maioria dos esquemas de corrupção começou no
governo anterior. Os jornalistas brasileiros agiram bem ao ignorarem
formalismos como o da presunção da inocência ou o do direito à auto-imagem.
E mais ainda ao cunharem a expressão "mensaleiro" que estigmatiza por igual
toda uma categoria de políticos, independente do grau ou tipo de
envolvimento de cada um. Foi através de abordagens corajosas como essas,
ignorando a superada ética jornalística liberal, que conseguimos inculcar
em grande parte do eleitorado a idéia da quadrilha (3) (aplausos).
"Da mesma forma, com a expressão "Nosso guia", a imprensa
conseguiu associar sutilmente a figura desse falso "pai dos pobres" à dos
ditadores comunistas, Stalin, Mao e Enver Hoxa. (4) Com isso personalizamos
a idéia geral , que já havíamos conseguido disseminar antes, de que essa
gente é autoritária por natureza . Também conseguimos convencer boa parte
do eleitorado de que esse "pai dos pobres", não tem educação nem cultura, é
um ignorante.E não foi fácil, dada a propensão do povo de respeitar as
autoridades. Muitos jornalistas contribuíram para isso e todos eles eu
agradeço.(5) A idéia de que se trata de um ignorante pegou fundo e hoje é
encampada inclusive por intelectuais, como o dramaturgo Lauro Cezar Muniz
que em declaração de grande destaque na Folha Ilustrada, explicou como " a
falta de escolaridade impede a pessoa de entrar em contato com a lógica" e
que por isso nosso adversário "não tem clareza para governar o Brasil."(6)
"A imprensa estrangeira também ajudou. Quero lembrar a vocês o
artigo do New York Times sugerindo que o mito é um alcoólatra. A primeira
reação do povo foi repudiar o jornalista americano, por aquele motivo que
já mencionei, o respeito à autoridade, ainda mais quando atacada por um
estrangeiro. Mas graças ao desastrado gesto de sua expulsão e posterior
ajuda de alguns de nossos mais brilhantes jornalistas, conseguimos reverter
esse quadro e hoje posso assegurar a vocês, são muitos os brasileiros que
acreditam na tese do alcoolismo. Agradeço em especial ao diretor da
sucursal da Folha em Brasília , que através de pesquisa cuidadosa nos
mostrou que o alcoolismo está no DNA da família Silva. (7) Finalmente quero
mencionar o brilhantismo com que alguns jornalistas trabalharem a delicada
idéia de esse pai dos pobres e os petistas em geral são tipos patológicos.
VEJA foi pioneira ao dizer que "Lula tem dificuldades patológicas em
compreender o que lhe pertence e o que pertence e ao Estado." (8) E Diogo
Mainardi, comparou Lula ao Papa Léguas, "uma besta primária, um oportunista
microcéfalo perfeitamente adaptado ao seu meio, que sabe apenas fugir das
ciladas preparadas pelo coiote." (9) Quero mencionar, em especial o artigo
de José Neumanne Pinto: "Freud, Lombroso e Jung no Planalto", publicado às
vésperas da eleição, no jornal mais importante do país, O Estado de S.Paulo
(10). Hoje, como vocês sabem, há um retorno ao paradigma genético, portanto
ao modelo lombrosiano. Meus irmãos da Opus Dei, a propósito, nunca
abandonaram a abordagem lombrosiana. O artigo de Neumanne foi tão
importante que o colocamos no nosso site. Enfim, sei que deixei de
mencionar dezenas de jornalistas que também contribuíram para o combate ao
mito. A todos agradeço de coração. E os conclamo a continuar a lauta. O
mito foi duramente atingido, mas ainda não morreu. Nossa tarefa é
destruí-lo. (aplausos prolongados, gritos de Viva a Liberdade de Imprensa,
Viva São Paulo.)

- Fim do discurso de agradecimentos.

NOTAS:
(1) VEJA, 25/05/2005.
(2) Entre eles, André Petry em VEJA, de 24/06/06 (" De ratos e homens")
.e Rubens Alves na Folha de S. Paulo, de 18/04/2006 (" Os ratos e os
elefantes")
(3) O Código de ética dos jornalistas brasileiros, aprovado em congresso
nacional da categoria e em vigor desde 1987, diz nos seus artigos 14 e
15: Art. 14. O jornalista deve: a) Ouvir sempre, antes da divulgação dos
fatos, todas as pessoas objeto de acusações não comprovadas, feitas por
terceiros e não suficientemente demonstradas ou verificadas. b) Tratar
com respeito a todas as pessoas mencionadas nas informações que
divulgar. Art. 15 - O jornalista deve permitir o direito de resposta às
pessoas envolvidas ou mencionadas em sua matéria, quando ficar
demonstrada a existência de equívocos ou incorreções.
(4) A expressão foi repetidamente aplicada por Elio Gaspari em sua
coluna e hoje já é usada por outros jornalistas.
(5) Reinaldo Azevedo chama o presidente de "analfabeto", na epígrafe de
seu site; Miriam Leitão, no O Globo, de 11/09/05, dedicou toda uma
coluna à "falta de escolaridade do candidato do partido dos
Trabalhadores"; e Sonia Racy, no Estadão de 19/01/06, concluiu que ao se
referir ao Uruguai e Paraguai como " nossos irmãos mais pequenos", Lula
revelou sua ignorância do vernáculo, quando a ignorância na verdade era
dela, pois segundo a gramática de André Hildebrando de Afonso a
expressão é correta e de uso corrente em várias regiões.
(6) Folha Ilustrada, 07/03/2006. Cezar Muniz parece ignorar que o
raciocínio lógico é inerente ao cérebro humano. Até mesmo os loucos
raciocinam com lógica. O que muda é o conteúdo do raciocínio, conforme
se trate de um saber cientifico, ou religioso, popular, ou
supersticioso.
(7) Josias de Souza, Folha de São Paulo, 16/05/04: "Alcoolismo marca
três gerações dos Silva"
(8) VEJA, 12/07/06.
(9) 28/06/06
(10) OESP, 20/09/06
-----------------------------------------
Bernardo Kucinski é jornalista, é professor da Universidade de São Paulo
e autor, entre outros, de "A síndrome da antena parabólica: ética no
jornalismo brasileiro" (1996) e "As Cartas Ácidas da campanha de Lula de
1998" (2000).

Intel desenvolve chips de Escala-Tera

Intel desenvolve chips de Escala-Tera para Pesquisa

Chips experimentais podem tornar o desempenho TeraFLOP e a largura de banda de terabytes amplamente difundidos nos futuros computadores e data centers

INTEL DEVELOPER FORUM (IDF), San Francisco, 26 de Setembro de 2006 – A Intel Corporation descreveu hoje os importantes desafios técnicos que precisam ser superados caso a computação, desde os dispositivos pessoais aos imensos data centers, continue a testemunhar a crescente demanda de consumidores e empresas por experiências e serviços, ricas em conteúdo, dos programas baseados na Internet.

Em discurso feito hoje no Intel Developer Forum, o Sênior Fellow e CTO da Intel, Justin Rattner, disse que durante a próxima década os serviços de programas online, hospedados por mega data centers com mais de um milhão de servidores, permitirá que as pessoas acessem dados pessoais, diversas mídias e aplicações desde qualquer dispositivo de alto desempenho, capaz de rodar jogos com paisagens realistas, compartilhar vídeo em tempo real e filtrar conteúdo multimídia. Esse novo modelo de uso desafiará a indústria a oferecer um ponto de flutuação de um trilhão de operações por segundo (teraFLOPs) de desempenho e uma largura de banda de terabytes.

"O surgimento de mega data centers e a necessidade por dispositivos pessoais de alto desempenho farão com que a indústria inove em todos os aspectos, desde múltiplos núcleos de processamento a uma maior velocidade na comunicação entre sistemas, ao mesmo tempo em que oferece melhor segurança e economia no consumo de energia", declarou Rattner. "A solução desses problemas trará benefícios para todos os dispositivos computacionais ao mesmo tempo em que criará novos mercados e oportunidades para desenvolvedores e designers de sistemas".

Protótipos de Chips de Escala-Tera Para Pesquisa
Rattner destacou a importância de três importantes descobertas em silício. Ele começou revelando os primeiros detalhes do protótipo de silício de escala-tera da Intel para pesquisa, o primeiro processador programável TeraFLOP do mundo. Contendo 80 núcleos simples e operando a 3.1 GHz, o objetivo desse chip experimental é testar estratégias interconectadas para rapidamente mover terabytes de dados de um núcleo para outro e entre os núcleos e a memória.

"Quando combinado à nossa recente descoberta em fotônicos de silício, esses chips experimentais enfrentarão as três maiores necessidades da computação de escala-tera - desempenho em escala-tera, largura de banda de memória de terabytes por segundo e capacidade I/O de terabits por segundo", declarou Rattner. "Ao mesmo tempo em que qualquer aplicação comercial dessas tecnologias está há anos de se tornar realidade, esse é um empolgante primeiro passo, para levar o desempenho em escala-tera para PCs e servidores".

Ao contrário dos atuais designs de chips onde milhões de transistores estão particularmente alinhados, esse chip consiste de 80 peças de cerâmica dispostas em um bloco de 8x10 peças. Cada peça conta com um pequeno núcleo, ou elemento computacional, com uma simples instrução estabelecida para processar dados do ponto-flutuante, mas não é compatível com a arquitetura da Intel. A peça também conta com um roteador conectando o núcleo para uma rede no chip que interliga todos os núcleos e lhes fornece acesso à memória.

A segunda grande inovação é um chip de memória SRAM de 20 megabytes que é acoplado e soldado ao soquete do processador. Com o soquete acoplado, é possível realizar milhares de inter-conexões e oferecer mais de um terabyte por segundo de largura de banda entre a memória e os núcleos.

Rattner demonstrou a terceira grande inovação, o recém anunciado chip de Laser Hibrído de Silício desenvoovido em colaboração com os pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Barbara. Com essa descoberta, dezenas e talvez até centenas de Lasers Híbridos de Silício, poderiam ser integrados a outros componentes fotônicos de silício, em um mesmo chip. Isso poderia levar a capacidade ótica de link de terabit por segundo para acelerar terabytes de dados entre os chips dentro de computadores, entre PCs e dentro dos servidores nos data centers.

A Intel trabalhará de perto com a indústria - fabricantes de equipamentos originais, fabricantes independentes de software e desenvolvedores - em inúmeras frentes para fazer dessa visão de computação em escala-tera uma realidade e para oferecer produtos melhores e mais inteligentes para as pessoas de todo o mundo e que sejam úteis para elas onde quer que elas vivam.

Sobre o Intel Developer Forum
O IDF, agora em seu 10º ano, é o principal fórum tecnológico do mundo para desenvolvedores de hardware e software para plataformas baseadas na tecnologia e nas soluções da Intel, e para os novos modelos de uso que elas habilitam. Para mais informações visite www.intel.com/idf.Informações em Inglês

Sobre a Intel
A Intel, líder mundial de inovações em silício, desenvolve tecnologias, produtos e iniciativas para melhorar continuamente a forma como as pessoas trabalham e vivem. Mais informações sobre a Intel estão disponíveis em www.intel.com/portugues/pressroom.

Intel, o logo da Intel, "Intel. Leap Ahead.™", o logo "Intel. Leap Ahead", Intel® Viiv™ e Intel Inside® são marcas registradas da Intel Corporation ou suas subsidiárias nos Estados Unidos e outros países.

Fernando Henrique não sabia

18/10/2006 15:36

Fernando Henrique não sabia

Mas nem por isso a imprensa defendeu que seu mandato fosse interrompido. Veja só:

A Folha de S. Paulo fez, em novembro de 2000, uma extensa matéria sobre doações não declaradas para a campanha de Fernando Henrique em 1998. Assim começa a reportagem: “Planilhas eletrônicas sigilosas do comitê eleitoral de Fernando Henrique Cardoso revelam que sua campanha pela reeleição, em 1998, foi abastecida por um caixa-dois, expediente ilegal. Pelo menos R$ 10,120 milhões deixaram de ser declarados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os documentos trazem à tona, pela primeira vez, detalhes do subterrâneo financeiro da campanha presidencial. Ali, descobre-se que R$ 1 em cada R$ 5 arrecadados foi parar numa contabilidade paralela, cujo destino final ainda é desconhecido”.

A matéria se chama “Documento revela doações não registradas para campanha de FHC”. Nela, contribuintes admitem, depois negam, recursos que foram doados à campanha e não constavam na prestação de contas do PSDB. No mesmo dia, o jornal publicou a resposta de FHC sobre a questão, que reproduzo aqui:

“A assessoria do Palácio do Planalto informou que Fernando Henrique Cardoso não
tomou conhecimento da contabilidade de seu comitê. "Esse é um assunto que não chega ao presidente", foi a frase ditada ao jornal. A reportagem foi específica. Informou à assessoria que detectou pelo menos R$ 10,120 milhões não registrados. A resposta então foi: "Quem pode responder por isso é o comitê eleitoral, chefiado nesse setor pelo ex-ministro Bresser Pereira.”

Mais um exemplo dos dois pesos e duas medidas da imprensa.

A BATALHA DO ANO

A BATALHA DO ANO:

A GRANDE PELEJA DO SAPO COM O TUCANO





Minha cumadre eleitora

Sou um poeta matuto

Nesses meu 80 anos

Quantas vez eu fiquei puto

Fui e votei numa proposta

Aí eles faz outra oposta

E você fica de luto



Meu cumpadre quantas vez

Eu fiquei desanimado

E disse comigo mesmo

Vou deixar isso de lado:

- O resultado era um só

Se elegia o pió

E o cacete era dobrado!!!



Então digo a vosmeceis

E falo é de peito aberto

Co' a política é difícil

Mas sem ela fica incerto

Se não tem o ideal

Tem que cair na real

E dá o voto mais certo!



Bote e pese na balança

A dupla de candidato

Pegue a vida desses dois

E relembre cada fato

Complete o seu ritual

Pegue uma digital

Tire entonce os retrato



Se você alumeia os dois

E acende a luz do cabo

Prestando bem atenção

Tem um abanando o rabo

Vou falar cá do meu canto

Se nenhum dos dois é santo

Mas um tem pacto co' diabo



O capeta se esconde

Nesse tal de Alckmin

- Nem me venha seu tucano

Que você não engana a mim

Pelo que eu pesquisei

Você é membro da Opus Dei

E pro Bush só diz sim!



Agora nessa eleição

Que define o presidente

Preste muita atenção

Tem projetos diferente

Um vai no rumo do povo

O outro é ver voltar de novo

O FHC na sua frente



Lembra daquela estatal

A tal Vale do Rio Doce

Que era coisa bem nossa?

Pois com tucano ela foi-se

Deram de mão beijada

Foi pra iniciativa privada

Pois tiraro o nosso doce!



Ficamo chupando o dedo

Uma mão na frente outra atrás

Roubam a nossa riqueza

É o que a privatização faz

Cê vai ver... se inda nem viu

Privatiza o Banco do Brasil

Logo depois Petrobrás



Foi umas 120 empresa

Que o redemoinho arrasta

Com o Lula no poder

A privatização deu um basta

Se o Alckmin é empresarial

O Lula é o social

A área em que mais se gasta



Aumentou o salário mínimo

O arroz hoje tá mais barato

Do que nos tempo do governo

Daquele sociólogo chato

Se você quer ver o cimento

Subir o preço igual fermento

Vota no Alckmin candidato!



O bolsa família matou

A fome dos brasileiro

Que envergonhava o país

Aqui dentro e no estrangeiro

Seguimo uma boa trilha

São 12 milhões de família

Que pode comer o dia inteiro





O esforço foi pro pequeno

Ninguém tem como negar

Economia solidária,

Agricultura familiar,

Microcrédito é interessante

Tem farmácia, restaurante

Tem o banco popular!



Se na reforma agrária

Devia ter ido adiante

E a saúde e educação

Não foi uma pedra brilhante

O olho foi feito pra ver

Temos que reconhecer

Que tem coisa interessante



Tem o Brasil sorridente

O Samú pras prefeitura

Combate ao trabalho escravo

E pras gerações futura

Criou-se universidade

Prouni pra mocidade

E os pontos de cultura



Com os negro e as muié

Ficamo bem mais atento

Medindo a água e o fubá

Caiu o desmatamento

Subiu a aposentadoria

E teve uma melhoria

Na área do saneamento



E num segundo governo

- Ó dona economia

Dê uma pancada nos juro

Mude a filosofia

Num fique refém do capital

Queremo mais social,

Mais povo, mais soberania!



Quando o Lula se elegeu

Logo fez novas aliança

Mercosul, África e China

Conquistou uma confiança

Como nunca antes se viu

Hoje no mundo o Brasil

É uma das liderança







E se o Alckmin for eleito

Tesconjuro meu rapaz

Os países bem mais rico

Volta a ser os principais

Sai o samba entra a valsa

E vamo abaixar as calça

Pra essas multinacionais



Mas agora eu vou ser franco

Eu digo e num volto atrás

Pelo que tinha nas mãos

E a sua história tenaz

Eu lhe afirmo Presidente

Que sem duvida a gente

Esperava muito mais



Pois agora no segundo

Abra a participação

E aposte todas ficha

Nessa tal educação

E faça só coisa séria:

- Nunca mais a miséria!!

- Nenhuma corrupção!!!



E nisso aí o PT

Tem que dar satisfação

A todos seus eleitor

E também a nação

Por se borrar numa lama

E se enroscar numa trama

Que ele sempre disse não



Mas não dá pra eu aceitar

Pois num sou nenhum boçal

O PFL posar

De banbanban da moral

Muito menos os tucanos

Que durante esses anos

Roubaram a dar com pau



Em cada licitação

Um superfaturamento

E nas privatizações

Ganhavam sempre o porcento

O Proer um crime rapaz

Quando lembro a Telebrás

Eu juro que não agüento



E se na corrupção

Falam mais que o normal

É devido a ação

Da Polícia Federal

Pra todo lado é prisão

Veja quanta punição

E num é sensacional?!



Quero ainda arejar

A memória de você

Lembra da compra de voto

Pro Fernando se reelegê?

Eu lhe digo bem assim:

O FHC é o Alckmin

E o Alckmin é o PCC!



Lembra também meus amigo

Quando veio o apagão

Vou lhe dizer a causa:

Foi má administração

A coisa depois foi sanada

A energia é planejada

E o biodisel tá em ação!



E se você deu seu voto

No Cristovo e na Eloísa

Agora mudemo pro Lula

Vamo vestir a camisa

Senão vamo ler nos jornais

Os movimentos sociais

Como caso de polícia



E co'esse risco Alckmin

Já sei o fim dessa novela

Inriba da minha cacunda

Lá vem cangalha sem cela

A cárie volta pro dente

Viramo um shopin center

Bem cercado de favela



Entre o Lula e o Alckmin

Eu digo o que tá em jogo:

Ou um país altaneiro

Ou fazendo nós de bobo

Ou um país bem mais justo

Ou riqueza a qualquer custo

Co'a direita vai ser fogo!



Pessoal, num dá pra quietar

Nem ficar indiferente

O que agora tá no páreo

É o futuro da gente

Eu peço a vossa excelência

Um voto de consciência

Com Lula pra presidente!



Se no primeiro turno

Ficamo olhando pra lua

Convença o seu vizinho

A verdade agora é crua:

Ande na praça ou na feira

Empunhe a sua bandeira

A hora é de ir pra rua!



Depois nos vamo é pra festa

Fazer a comemoração

E se você foi daquele

Que teve insatisfação

Nós temo é que aumentar

Nossa participação

Se tem erro lá de cima

Qual foi nossa posição?

E temos que melhorar

Nossa organização

Entrando nos tal partido,

Sindicato, associação

Cadê os grupos de estudo?

E a mobilização??

Cadê nossos boletim

Que faz comunicação???

Pois vou dizer meu compadre

A lei mór da humanidade:

O povo só tem mesmo vez

Quando faz muita pressão!



Autor: ZÉ DAS TROVAS

Capa: GIBA



Brasil, outubro de 2006.

sexta-feira, outubro 20, 2006


ALCKMINXOU

Alckmin só tem arranco

Alckmin só tem arranco
(Paulo Boblitz - out/6)


Quando eu era menino, costumávamos representar nossa desconfiança em alguém, utilizando tal expressão. Isso acontecia quando não acreditávamos que o colega fosse capaz de um determinado feito, ou de nos acompanhar em algum desafio.

Com Alckmin aconteceu assim; foi só de arrancada, para o desespero da turma dele. Bem que o Fernando Henrique queria o Serra.

Alguém é só de arranco, quando faz bonito só na partida, e depois desanda.

Alckmin teve um bom arranco quase no fim do primeiro turno, auxiliado por muitas octanas de um dossiê combustível, envenenado nos bastidores, mas ficou só nisso mesmo.

Cantou pneus, produziu muita fumaça branca, lançou cheiro de borracha queimada no ar, fez muita zoada de motor potente, mas disparar que é bom..., não disparou. Ficou só de lançar beijinhos para a arquibancada, enquanto o outro candidato passava e seguia em frente.

Tem gente que até consegue desenvolver enquanto dura a reta, mas chegada a primeira curva, logo fica para trás, pois que mesmo com bom motor e suspensão, falta-lhe o braço.

E foi o que aconteceu quando do primeiro debate, da primeira curva em que o talento se fez impor, quando Alckmin do arranco que vinha desembestado, perdeu o controle e andou sobrando, espalhando brita e sujeira na pista inteira, fazendo lambança para partido nenhum botar defeito.

Da arquibancada onde estavam seus torcedores, todos levantaram em sobressalto, e muitos foram os que perceberam que corrida é para quem sabe correr. Houve uma debandada quase a seguir, pois que correr não é jogar o carro para a frente; correr é controlar a máquina quando ela sonha escapar, é sincronizar as marchas com o ronco do motor, é poupar pneus mesmo nas curvas mais abrasivas, é consumir combustível com o pé bem dosado.

Piloto de arranco não é piloto; é pisador de pedal.

Quando a máquina é complicada, quando requer talento e jeito, ou se sabe pilotá-la ou corre-se o risco de parecer um fanfarrão. Não adianta chegar com macacão bonito, cheio de zíperes, patrocinadores e bandeiras, se não se é um bom profissional.

O bom corredor não é um pau mandado; ele é antes de tudo, um desenvolvedor. Dele saem as informações necessárias para a perfeita composição, homem máquina num corpo só. As aparências só servem para os desfiles de modas, tais como aqueles que devem acontecer na tal Daslu, onde se corre na passarela não para vencer, mas sim para aparecer.

De arranco ele entrou no páreo, deu um chega-prá-lá no José Serra, e achou que poderia competir, pois devia sentir-se algum fenômeno em assuntos de urnas. A única urna que ele bem lembrará, será aquela que encerrará os sonhos dele para sempre. De tudo isso restará, em parede especial, algum retrato da convenção, tempo em que só valia o potencial, como aquele antes da corrida, quando os motores roncam procurando apostadores, quando o conjunto parece legal.

Findada a corrida, apostadores descontentes cobrarão pelo rompante, pelo jeito falso que se fez apresentar, e piadas dissimuladas correrão pelo mundo dos corredores pilotos, pelos corredores dos bastidores:

Alckmin só tem arranco; não vale o investimento...

* * *

quinta-feira, outubro 19, 2006

Alckmin depende do inesperado

Lula cresceu e Alckmin caiu em todas as regiões, em todas as faixas de
renda e em todos os segmentos de escolaridade. Os movimentos são, portanto,
consistentes e homogêneos. O presidente alcançou um patamar espetacular no
Nordeste (75% a 25%), aumentou sua vantagem no Sudeste (56% a 44%) e no
Norte e no Centro-Oeste (58% a 42%) e reduziu a dianteira de Alckmin no
Sul, a única região onde o tucano leva a melhor (53% a 47%). À luz desses
números, não se sustenta a tese de que Lula seria o preferido do Brasil
atrasado, enquanto Alckmin venceria no Brasil moderno.


Quando se decompõe o eleitorado por renda mensal, Lula já ultrapassou o
tucano na faixa de 5 a 10 salários mínimos (52% a 48%), onde, dez dias
atrás, o ex-governador de São Paulo vencia por dez pontos de diferença.
Mesmo entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, a diferença a favor
de Alckmin reduziu-se significativamente (60% a 40%). Vale destacar que, em
termos de escolaridade, o presidente somente é derrotado entre os que
possuem curso superior, mas a diferença, que andou acima da casa dos 20
pontos na virada do segundo turno, encurtou para doze (56% a 44%).


Pode-se dizer que o jogo está jogado e que é impossível uma virada? Não, na
vida nada é impossível. Mas é muito pouco provável que Alckmin tenha
discurso, tempo e forças para mudar o quadro atual. Para se ter uma idéia
da magnitude da tarefa, ele teria de tomar mais de 900 mil votos de Lula
por dia, todos os dias, até o dia da eleição, para impedir sua vitória.
Convenhamos: é muito pouco provável que isso aconteça, a menos que ocorram
fatos novos espetaculares que provoquem um terremoto eleitoral. Como os
índices de "alopragem" no PT são sabidamente elevados e tampouco até agora
sabe-se de onde veio o dinheiro para a compra do dossiê, não se pode
descartar inteiramente a possibilidade de uma reviravolta. Mas a simples
constatação de que as chances de Alckmin dependem basicamente da
intervenção do inesperado mostra como sua situação é complicada.


Embora muitos fatos e episódios tenham contribuído para a boa performance
de presidente e para os tropeços de seu adversário nas últimas semanas, a
explicação básica para a disparada de Lula nas pesquisas é simples: ele
venceu o debate político com Alckmin. No segundo turno, sem a presença de
azarões e nanicos, a disputa transformou-se num mano a mano entre os dois
candidatos, que favoreceu e impôs a confrontação política. A campanha de
Lula percebeu isso e forçou uma comparação entre o atual governo e as
propostas da aliança do PSDB com o PFL. Nesse momento, Alckmin acabou
agarrando-se na tábua de salvação da cobrança ética. E, quando não tendo
conseguido sustentar o fogo, foi obrigado a se pronunciar sobre temas como
privatizações, economia, programas sociais, Bolsa Família etc, caiu na
defensiva. Pior: quis sair da defensiva convencendo o eleitorado de que
suas idéias nessas questões não são muito diferentes das de Lula. Não
convenceu. Declarou-se contra as privatizações, manifestou-se a favor do
Bolsa Família, apoiou o Pró-Uni etc. E com isso apenas abriu o flanco para
a campanha de Lula encaixar um slogan demolidor: "Não troque o certo pelo
duvidoso". Faz sentido.


Se as urnas vierem a confirmar as pesquisas e o presidente for reeleito, o
PSDB e o PFL terão de passar por uma boa chacoalhada interna. Precisam
entender que a bandeira de ética, por mais importante que seja, não pode
ser um expediente para esconder a falta de propostas. E que só hoje só
vence as eleições para presidente no Brasil quem falar para o País todo (e
for entendido por ele). A classe média – média-média e média-alta – é pouco
para levar alguém ao Palácio do Planalto. Como já disse antes (ver coluna
do dia 21/08/2006 e entrevista à revista Caros Amigos), o "efeito pedra no
lago" acabou. A formação de maiorias no País hoje é um processo muito mais
complexo e sofisticado do que há dez anos. Felizmente. É um sinal de que o
País está se modernizando social e politicamente

Fisiologia do golpe

Fisiologia do golpe



Inconformado com a perda do cargo mais importante do Brasil, o PSDB apoiado pelo seu "irmão gêmeo", o PFL, decidiram engendrar um golpe para retomar o poder em 2006. Para alcançar este objetivo foi traçado um caminho eficiente: a construção de um "senso comum" onde todas as pessoas possuem a mesma opinião e a sensação de idéias próprias, ou seja, as idéias são genuínas e não foram plantadas. As idéias básicas, meticulosamente construídas, neste "senso comum" foram:



· "O PT é corrupto": essa é uma idéia fácil de difundir, pois o povo nunca confiou em político, porém, como historicamente o PT sempre ficou fora dos escândalos políticos o povo passou a tratar o PT como exceção. Para potencializar essa idéia se fez necessário apoiá-la na força das idéias que seguem;



· "O PT nos decepcionou": esta idéia, ligada umbilicalmente com a anterior, tem o propósito de criar nas pessoas o sentimento de terem sido enganadas, para que o respeito e amor ao PT se transformem em ódio;



· "Nunca houve tanta corrupção": distorcer, aumentar e difundir os indícios de corrupção e também criar fatos novos para aderir no “senso comum” a certeza que o PT montou um plano para ficar vinte anos no poder, roubando. Especial atenção é dada aos fatos gerados em administração do PT em governos estaduais e municipais. Como o povo brasileiro não conhece a administração petista implantada em Ribeirão Preto, fica fácil acreditar no “ético Buratti”.



· "O LULA não cumpre as promessas": criar nas pessoas a idéia que o verdadeiro motivo do LULA é dedicar-se ao roubo e que as promessas eram apenas para enganar;



· "O governo LULA é incompetente": Baseando-se no fato do LULA não ter faculdade, muitos “doutores” que se acham mais reais que o REI, publicam artigos para ridicularizar todas as ações do governo e para pregar que o LULA não foi uma boa escolha para conduzir nosso destino.







Estratégias usadas para atingir o objetivo:

· Atacar as bases do governo: Na eleição presidencial de 2002 a oposição aprendeu que não adianta atacar o LULA diretamente, pois, quanto mais se fizer isto, mais o LULA se transforma em mito. A saída é derrubar as bases de sustentação e deixar o LULA "sangrando" até 2006.



· Dissimulação: para que o senso comum se consolide é importante passar para o povo a informação que nenhuma denuncia nasceu da oposição, o que faz com que “ninguém” acredite no LULA quando este denuncia o golpe.



· Implantação de um gancho: aderir no "senso comum" a idéia que a política econômica do LULA deu certo porque seguiu a cartilha neoliberal. Este gancho, no momento oportuno seria utilizado para conduzir o PSDB ao poder.



· Freio na roda: a idéia é atrapalhar o máximo possível o trabalho do governo, agindo principalmente nos bastidores do parlamento, para que o governo não consiga seus objetivos;



· Alavancagem ética: consiste em usar a própria ética do PT para denegrir. O governo LULA movimentou as instituições federais para desbaratar esquemas de corrupção que sempre estiveram debaixo do tapete. Nunca a polícia federal e outras instituições foram tão eficientes, o que gera nas pessoas a noção de aumento da corrupção. A idéia da oposição é "colar" no "senso comum" a certeza que o PT é a causa de tanta corrupção, baseando-se no fato dessa corrupção aparecer justamente quando o PT é governo. Quanto maior for a ética do PT, mais o PT será atingido.







Ferramentas utilizadas:

· A imprensa que é divida em três segmentos: o primeiro é composto por jornais, revistas e televisões que nunca gostaram do PT. Este segmento é articulista e é parte integrante do golpe. Utiliza o "jornalismo investigativo" e se esconde atrás da "liberdade de imprensa". O segundo segmento também é composto por grandes jornais, revistas e televisões e atuam como "inocente útil". Neste segmento o jornalista agride usando a sua "intuição" para divulgar o que o povo espera e não contraria o "senso comum". O terceiro segmento, que não agride e pouco defende, fica paralisado para não contrariar o "senso comum". Neste terceiro segmento existem poucas exceções entre as quais se destacam a revista CARTA CAPITAL, CAROS AMIGOS e pouquíssimos blogs.



· CPMIs: Esta foi a principal arma utilizada. Todas as estratégias foram operacionalizadas nas CPMIs. Os ataques foram coordenados e fatais. A eficiência foi tão grande que os petistas ficaram paralisados. Tudo o que puderam repetir foi: "Se há indícios de corrupção devemos investigar tudo para que a verdade apareça". A oposição usou toda a sua experiência em corrupção, para circunscrevê-la de modo tal que se cristalizasse no "senso comum" a idéia que o PT inventou a corrupção. A CMPI foi transformada em palanque eleitoral. Foi um massacre onde o PT entrou com o rosto e a oposição entrou com os punhos. Foi orquestrada uma chuva de denuncias vinda de todos os lados. É importante notar que nenhuma dessas denuncias isoladas conseguiria derrubar o PT. Cada uma dessas denuncias foi escolhida para que parecesse verossímil e de difícil apuração.



· Tribuna do parlamento: a audiência dessa ferramenta é bem menor do que a CPMI, porém foi largamente utilizada. Todas as acusações jogadas nas CPMIs foram potencializadas e repetidas à exaustão até que parecessem verdades. Cada pronunciamento de parlamentar que esboçasse qualquer defesa era ferozmente atacado. As palavras do LULA eram distorcidas e ridicularizadas.


· Entrevistas: A imprensa articulista e integrante do golpe promoveu centenas de programas onde os convidados preconizavam o "fim do PT". Afirmavam que o presidente LULA sabia de tudo, que a política externa deste governo está errada, que a economia vai ser contaminada com a crise, que o Brasil não conheceu outro escândalo tão grande, etc. A idéia básica desses articulistas é usar imagens de "cientistas políticos idôneos e independentes", para promover o desgaste do governo. As notícias são montadas de forma a destacar a versão colocada pela oposição para consolidar o “senso comum”.







· Reuniões estratégicas: para treinar a "tropa do mal" e motivar com palavras de ordem: "Vamos acabar com essa raça...".







Devo admitir que a idéia de construir um “senso comum” foi eficiente, pois conseguiu tirar a vantagem do LULA nas pesquisas eleitorais. Apesar da “dissimulação” o plano não conseguiu enganar a todos porque tem um erro básico na estrutura: o conjunto da obra pretende acabar com o PT e não com a corrupção, o que revela os verdadeiros autores do plano.



Convido todos os amigos do presidente LULA para elaborarmos um “plano do bem” que seja capaz de reconstruir o “senso comum” e conduza o Brasil a um ciclo virtuoso de crescimento com benefícios a todos os brasileiros.







José H. S. Fernandes



Administrador de empresas.



sola@sul.com.br



Curitiba-PR.



http://conscienciapolitica.blogspot.com/2005_12_01_conscienciapolitica_archive.html

Dossiê: divulgação de fotos teria sido combinada com a Globo

Dossiê: divulgação de fotos teria sido combinada com a Globo

Reprodução/Agência Estado

Globo nega que tenha coordenado divulgação das fotos do dinheiro
Últimas de Eleições 2006
» Maia diz que só "furo" salva Alckmin em debate
» Ex-deputado do PMDB declara apoio a Wilma de Faria
» Lula recebe apoio de reitores de universidades federais
» Mendonça e Eduardo saem à caça do voto religioso
Busca
Faça sua pesquisa na Internet:

Uma suspeita envolve os bastidores da divulgação das fotos do R$ 1,7 milhão que seria usado por petistas na compra do suposto dossiê contra tucanos, cedidas à imprensa pelo delegado Edmílson Bruno, da Polícia Federal, no dia 29 de setembro - véspera das eleições no primeiro turno. Segundo gravação divulgada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em sua página na Internet, revelando a conversa entre o delegado e os profissionais de imprensa, houve um acordo para a publicação de informações falsas a respeito da obtenção do material fotográfico, com o objetivo de prejudicar a campanha à reeleição de Luis Inácio Lula da Silva (PT).

COMO GOVERNAR QUANDO TODA A IMPRENSA É CONTRA

19/10/2006 11:39h
COMO GOVERNAR QUANDO TODA A IMPRENSA É CONTRA

http://conversa-afiada.ig.com.br/



Paulo Henrique Amorim



Ou se faz como Hugo Chávez ou como Roosevelt. São as duas formas conhecidas de enfrentar a oposição de toda a imprensa, num regime democrático. Prefiro a de Roosevelt.



Explico-me.



“Na eleição de 1932, seis de cada dez jornais fizeram oposição a ele e Roosevelt acreditava que era vítima de um ódio profundo de donos de empresas jornalísticas, que distorciam as notícias para prejudicá-lo. As redes de estações de rádio, ao contrário, deram total colaboração... e o Presidente usou o rádio para atingir o público diretamente e explicar seus programas”.



(Paul Starr, The Creation of the Media – Political Origins of Modern Communication, Basic Books, New York, 2004, página 360)





A diferença entre a situação do Presidente Franklin Roosevelt e a do Presidente Lula, caso se reeleja, é um pouco diferente:



1) Todos os jornais são contra Lula;

2) Todas as revistas são contra Lula, com exceção da Carta Capital;

3) Todas as rádios são contra Lula;

4) E uma rede de televisão – a Globo – líder de audiência, sempre desempenhou um papel ativo contra Lula e os candidatos trabalhistas (por exemplo, Leonel Brizola) e agora reagrupou suas forças e aliados (o delegado Bruno, por exemplo – clique aqui para ver e ouvir a integra da conversa do delegado sobre o Jornal Nacional) para derrotar o presidente Lula.



Roosevelt fugiu dos jornais – que, então, tinham muito mais força do que hoje – e se aliou às rádios.



Em troca, Roosevelt, ainda segundo Starr, manteve a posição privatizante dos governos conservadores de antes e deixou o rádio (e mais tarde a televisão) como uma indústria inteiramente privada, ao contrário do que aconteceu na Inglaterra, com a hegemonia da BBC, estatal.



O que extrair dessa lição?



Roosevelt teve a chance de dar a volta por cima pela tecnologia. Foi para outra mídia – o rádio – e deixou os jornais conservadores para lá.



E foi um campeão de reeleições.



Em abril de 2002, TODAS as redes de televisão da Venezuela conseguiram, por algumas horas, dar um golpe de Estado. Teria sido o primeiro golpe de Estado da televisão, na telinha – um golpe criado e realizado pelo que as redes mostravam na tela: o caos, a desordem, o desgoverno, a ingovernabilidade, a corrupção desenfreada.



Sem falar, é claro, da oposição da imprensa escrita.



Quais são os meios de Chávez enfrentar isso?



Segundo a jornalista Alma Guillermoprieto, num artigo “Don´t Cry for me, Venezuela”, publicado em The New York Review of Books, Volume 52, Numero 15, de Outubro de 2005), Chavez fez duas coisas:



1) Criou um programa dominical “Alô Presidente”, em que, às vezes, fica no ar o dia inteiro.

2) Interrompe a programação das redes de televisão, entra em cadeia nacional, sem avisar, e critica os telejornais que acabaram de ir ao ar.



Uma vez, Chávez interrompeu por quatro horas toda a programação da noite, inclusive as “telenovelas”.



(A reprodução em texto dessas quatro horas pode ser encontrada no endereço www.analitica.com/bibliotec/hchavez/cadena20010615.asp)



Deixo de considerar aqui as soluções já exploradas por outros presidentes trabalhistas (ou aliados de trabalhistas), no Brasil.



Vargas, por exemplo, com a ajuda do banqueiro Walther Moreira Salles, estimulou Samuel Wainer a fundar a Última Hora.



Juscelino ajudou Adolpho Bloch na Manchete.



Brizola ajudou a Manchete e usava extensivamente a Radio Mayrink Veiga, no Rio.



Todas essas me parecem soluções politicamente irreproduzíveis, hoje, no Brasil. O Sindicato dos Bancários, no início do Governo Lula, cogitou de lançar um jornal nacional, mas a idéia nem saiu do papel.



A solução Chávez também é inconcebível.



O Governo Lula não enfrentou nem enfrentará a Rede Globo.



A relação de Lula com a Globo é a mesma de Tony Blair com Murdoch (sem comentários...)



E a solução Roosevelt – dar um salto tecnológico?



É a mais plausível. Usar a internet.



O Governo Lula é quem mais precisa de inclusão digital. Os sites de informação do Governo ou de instituições ligadas ao Governo na internet são de uma inépcia petista.



De uma maneira geral, os governos, os partidos (com exceção do PC do B) e os políticos brasileiros (com exceção de César Maia e Zé Dirceu) não sabem usar a internet.



É o único espaço que sobra para o Governo Lula – se ele for reeleito.



PS: Sobre como usar a internet para fazer politica dentro da democracia representativa, recomenda-se ver o que fez e o que faz o atual presidente do Partido Democrata nos Estados Unidos, Howard Dean.

PSDB em São Paulo privatizou mais, proporcinalmente, que FHC

JANIO DE FREITAS

Daí para baixo

Sob acusações que não quer explicar ou não tem como fazê-lo, Lula se concentra em acusações recíprocas

A CAMPANHA PELA Presidência degenerou mesmo e não tem mais salvação. Mas, se é própria da disputa a exploração dos erros e das fraquezas de Lula, do PT e do governo, a oposição não está isenta de dividir com os adversários a responsabilidade pelo baixíssimo nível do confronto -"como jamais houve neste país", diria alguém, não estivesse envolvido. Alckmin e seus companheiros contribuíram decisivamente, por dois modos principais e combinados, para a redução da Presidência a uma presa de luxo e cifrões, disputada por duas hordas com iguais ambições e armas.
A exploração do dossiê Vedoin, do dinheirão de origem misteriosa, e outras criações dos adversários não impediria Alckmin de apresentar ao eleitorado, com clareza e precisão, as idéias que orientariam seu governo em relação aos principais problemas e anseios do país.
Ou porque não tenha idéias assim ou porque não lhe convenha expô-las à apreciação do eleitorado, Alckmin ficou, quando muito, na vaguidão do tipo "vou melhorar o Bolsa Família, vou acabar com a corrupção", e nada menos superficial. Relegadas as propostas devidas por todo candidato à Presidência, reduziu sua campanha a uma ação de infantaria, ainda por cima, com armamento pouco variado.
A segunda contribuição vem da maneira peculiar como Alckmin e o PSDB convidam a campanha de Lula a também reduzir a disputa à troca de acusações. Sob acusações ininterruptas que não quer explicar ou não tem como fazê-lo (presumivelmente, por exemplo, a origem do tal dinheirão), Lula e sua campanha do segundo turno concentram-se em acusações recíprocas. O que não quer dizer que Lula tenha idéias definidas para um mandato inovador, mas a Alckmin caberia forçá-lo a mostrar se as tem ou não. Faz o oposto.
A campanha de Alckmin e dos peessedebistas "pela ética" não se restringe, porém, a acusações ao adversário. Inclui a originalidade ética de negar o seu passado administrativo e a linha partidária característica. Negar que o PSDB seja privatista é falsificação grosseira. Mesmo que apenas no âmbito estadual: em termos proporcionais aos respectivos patrimônios, o PSDB no governo paulista (últimos 12 anos) privatizou muito mais o patrimônio estadual do que o governo Fernando Henrique conseguiu fazê-lo com o patrimônio da União.
A defesa das privatizações por meio de comparações com o passado é, também, outra farsa. Omite o fato essencial de que as tarifas e os preços, antes da privatização, eram contidos pelos governos para evitar que as correções, ainda que apenas para repor perdas com a inflação, aumentassem os subsequentes índices inflacionários. É claro que a expansão da telefonia é imensa: as tarifas foram aumentadas entre 100% e 200% em poucos meses depois da privatização, além dos financiamentos privilegiados do BNDES. O dinheiro para investimento ficou fácil e barato. O quilo do aço da Companhia Siderúrgica Nacional, ao tempo de Mailson da Nóbrega controlando a economia, custava o mesmo que um molho de salsa ou cheiro verde (quando publicada aqui tal relação, o pasmo de leitores traduziu-se em centenas de correspondências). E, mostrou no domingo meu bravo colega Frederico Vasconcelos, Alckmin, antes de deixar o governo, esbanjou dinheiro com "antecipação de gastos considerados eleitorais".

O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O 2º?

O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O 2º?


Paulo Henrique Amorim


Um golpe de Estado levou a eleição para o segundo turno.

É o que demonstra de forma irrefutável a reportagem de capa da revista
Carta Capital que está nas bancas (“A trama que levou ao segundo turno”),
de Raimundo Rodrigues Pereira. E merecia um sub-titulo: “A radiografia da
imprensa brasileira”.

Fica ali demonstrado:

1) As equipes de campanha de Alckmin e de Serra (da empresa GW)
chegaram ao prédio da Polícia Federal, em São Paulo, antes dos
presos Valdebran Padilha e Gedimar Passos;
2) O delegado Edmilson Bruno tirou fotos do dinheiro de forma
ilegal e a distribuiu a jornalistas da Folha de S. Paulo, Estado de
S. Paulo, do jornal O Globo e da rádio Jovem Pan;
3) O delegado Bruno contou com a cumplicidade dos jornalistas
para fazer de conta que as fotos tinham sido roubadas dele;
4) O delegado Bruno procurou um repórter do Jornal Nacional
para entregar as fotos: “Tem de sair à noite na tevê., Tem de sair
no Jornal Nacional”;
5) Toda a conversa do delegado com os jornalistas foi gravada;
6) No dia 29, dois dias antes da eleição, dia em que caiu o
avião da Gol e morreram 154 pessoas, o Jornal Nacional omitiu a
informação e se dedicou à cobertura da foto do dinheiro;
7) Ali Kamel, “uma espécie de guardião da doutrina da fé” da
Globo, segundo a reportagem, recebeu a fita de audio e disse: “Não
nos interessa ter essa fita. Para todos os efeitos não a temos”, diz
Kamel, segundo a reportagem
8) A Globo omitiu a informação sobre a origem da questão: 70%
das 891 ambulancias comercializadas pelos Vedoin foram compradas por
José Serra e seu homem de confiança, e sucessor no Ministério da
Saúde, Barjas Negri.
9) A Globo jamais exibiu a foto ou o vídeo (clique aqui) em que
aparece Jose Serra, em Cuiabá, numa cerimônia de entrega das
ambulâncias com a fina flor dos sanguessugas;
10) A imprensa omitiu a informação de que o procurador da
República Mario Lucio Avelar é o mesmo do “caso Lunus”, que detonou
a candidatura Roseana Sarney em 2002, para beneficiar José Serra. (
A Justiça, depois, absolveu Roseana de qualquer crime eleitoral. Mas
a campanha já tinha morrido.)
11) Que o procurador é o mesmo que mandou prender um diretor do
Ibama que depois foi solto e ele, o procurador, admitiu que não
deveria ter mandado prender;
12) Que o procurador Avelar mandou prender os suspeitos do caso do
dossiê em plena vigência da lei eleitoral, que só deixa prender em
flagrante de delito.
13) Que o Procurador Avelar declarou: “Veja bem, estamos falando de
um partido político (o PT) que tem o comando do país. Não tem mais
nada. Só o País. Pode sair de onde o dinheiro ?”
14) A reportagem de Raimundo Rodrigues Pereira conclui: “Os
petistas já foram presos, agora trata-se de achar os crimes que
possam ter cometido.”


Na mesma edição da revista Carta Capital, ao analisar uma pesquisa da Vox
Populi, que Lula tem 55%, contra 45% de Alckmin, Mauricio Dias diz: “ ...
dois fatos tiraram Lula do curso da vitória (no primeiro turno). O
escândalo provocado por petistas envolvidos na compra do dossiê da
familia Vedoin ... e secundariamente o debate promovido pela TV Globo ao
qual o presidente não compareceu.”

Quer dizer: o golpe funcionou.

Mino Carta, o diretor de redação da Carta Capital, diz em seu blog, aqui
no IG (http://blogdomino.blig.ig.com.br/), que houve uma reedição do golpe
de 89, dado com a mão de gato da Globo, para beneficiar Collor contra
Lula. “A trama atual tem sabor igual, é mais sutíl, porém. Mais velhaca,”
diz Mino.

Permito-me acrescentar outro exemplo.

Em 1982, no Rio, quase tomaram a eleição para Governador de Leonel
Brizola. Os militares, o SNI, e a Policia Federal (como o delegado Bruno,
agora, em 2006) escolheram uma empresa de computador para tirar votos de
Brizola e dar ao candidato dos militares, Wellington Moreira Franco. O
golpe era quase perfeito, porque contava também com a cumplicidade de
parte de Justiça Eleitoral e, com quem mais? Quem mais?

O golpe contava com as Organizações Globo (tevê, rádio e jornal, como
agora) que coonestaram o resultado fraudulento e preparam a opinião
pública para a fraude gigantesca.

Que só não aconteceu, porque Brizola “ganhou a eleição duas vezes: na lei
e na marra”, como, modestamente, escrevi no livro “Plim-Plim – a peleja de
Brizola contra a fraude eleitoral”, editora Conrad, em companhia da
jornalista Maria Helena Passos.

Está tudo pronto para o segundo golpe.

O Procurador Avelar está lá.

Quantos outros delegados Bruno há na Policia Federal (de São Paulo, de São
Paulo !).

A urna eletrônica no Brasil é um convite à fraude. Depende da vontade do
programador. Não tem a contra-prova física do voto do eleitor. Brizola
aprendeu a amarga lição de 82 e passou resto da vida a se perguntar: “Cadê
o papelzinho ?”, que permite a recontagem do voto ?

E se for tudo parar na Justiça Eleitoral? O presidente do TSE, ministro
Marco Aurélio Mello já deixou luminosamente claro, nas centenas de
entrevistas semanais que concede a quem bater à sua porta, que é favor da
candidatura Alckmin.

E o segundo golpe? Está a caminho. As peruas da GW já saíram da garagem.


Leia também:


Delegado Bruno: "cadê o repórter do JN?"

PF acha que conclui processo contra Bruno em 90 dias

Delegado da PF: "o objetivo é ... o Lula"

Fotos: Por que a PF tem certeza que foi o delegado

O delegado, o procurador e o jornalismo da Globo

Tribuna da Imprensa (16/10/06)
Argemiro Ferreira




O delegado, o procurador e o jornalismo da Globo


O que sugere a reportagem da revista "CartaCapital", nas bancas desde o
fim de semana, é que toda a trama urdida para, como um guindaste,
levantar a votação do candidato Geraldo Alckmin e levá-lo ao segundo
turno, deveu-se a um delegado da Polícia Federal, Edmilson Pereira
Bruno, e a um procurador da República, Mário Lúcio Avelar - em conluio
com um setor da mídia, em especial o império Globo.


Segundo o relato, antes mesmo de chegarem à sede da Polícia Federal em
São Paulo os dois homens ligados ao PT, com os quais teria sido
encontrada a soma de R$1,7 milhão, já estava lá a perua da Rede Globo.
E ao chegar, estacionou entre outras duas equipes tucanas de televisão
- as do marketing político das campanhas de Geraldo Alckmin e do
candidato a governador José Serra, primeiras a chegar.


Avelar, apontado como comandante da operação, já tivera papel igual ao
divulgar no início de 2002 as fotos do dinheiro apreendido na firma
Lunus, do marido de Roseana Sarney (o que detonara a candidatura
presidencial dela pelo PFL no momento em que, nas pesquisas,
ultrapassava a do tucano Serra na preferência para confrontar Lula).
Mas a ficha do afoito Avelar não fica nisso.


Estranha conduta de autoridades


O procurador já tinha pisado na bola mais duas vezes. Em Tocantins,
fora afastado pelo procurador-geral Geraldo Brindeiro no final de 2002,
por ter indiciado políticos com mandato sem ter autoridade para tal
(pois isso cabe ao procurador-geral). E em Mato Grosso, seu posto
seguinte, tinha sido o desastrado comandante jurídico da operação
Curupira, da Polícia Federal, contra funcionários do Ibama e
madeireiros.


Essa operação Curupira incluíra, entre as 93 pessoas presas, o diretor
de florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel. Levado, algemado, para
Cuiabá, ele passara quatro noites na cadeia antes de ser, afinal,
libertado. Como lembrou "CartaCapital", o próprio Avelar, depois de
acompanhar o depoimento oficial de Hummel, acabou por reconhecer que
ele não devia sequer ter sido indiciado.


Com antecedentes como esses três casos - de Roseana, no qual o dinheiro
foi afinal devolvido, após a conclusão de que nada ocorrera de ilegal;
dos políticos indiciados ilegalmente em Tocantins; e da prisão
arbitrária do diretor do Ibama, totalmente inocente - o mesmo
procurador Avelar, responsável pelo procedimento jurídico no caso do
dossiê, pediu a prisão preventiva de Freud Godoy, segurança do
presidente Lula.


Isso só não levou a nova arbitrariedade porque o pedido dele foi
rejeitado pelo juiz Marcos Alves Tavares - que estranhou, entre outras
coisas, o contra-senso de ser divulgado o pedido na imprensa antes de
sua análise pelo juízo. Depois, como é sabido, a Polícia Federal e o
Ministério Público inocentaram Godoy, levando jornais e jornalistas com
um mínimo de dignidade a pedir desculpas publicamente.


Mentindo para agradar à fonte


É relevante a esta altura a suspeita de que, sob a influência de
figurões da política, generalizam-se práticas duvidosas entre
procuradores e policiais, tirando proveito do período eleitoral. Para
atender a inclinações partidárias, servir a grupos políticos ou até
mesmo buscar vantagens pessoais, gente sem escrúpulos pode não resistir
à tentação de tornar rotina essa atividade nova e na certa altamente
lucrativa.


"CartaCapital" chama atenção para detalhe insólito. Ainda que o "caso
do dossiê" esteja nas primeiras páginas há um mês, a Polícia Federal e
o procurador ainda não sabem que crime (ou crimes) atribuir aos
suspeitos presos. O dinheiro que destroçou a candidatura de Roseana foi
devolvido, após o estrago, por não haver crime. Sobre o de agora Avelar
insinua que pode ser dinheiro público mas ainda não apareceu prova.


Isso pode acontecer, claro, mas parece óbvio que as ações do delegado e
do procurador foram no mínimo precipitadas. Como também a conduta da
mídia. Logo no início "O Globo" comparou o caso a Watergate - onde
havia o fato concreto da invasão do escritório do Partido Democrata e,
mesmo assim, só veio a renúncia em razão de fatos posteriores graves,
no esforço oficial para obstruir a investigação.


O prontuário das organizações Globo, que já tinha as fraudes de 82
(Proconsult) e 89 (debate editado), engordou agora com a figura
patética do delegado Bruno. Ao entregar as fotos ele mandou a mídia
mentir para protegê-lo, dizendo que elas tinham sido roubadas. Depois
mudou de idéia e assumiu tudo. Resultado da lambança: num texto "O
Globo" assumiu a mentira como verdade, em outro deu versão diferente.


Receita promíscua de reportagem


No caso atual, pode-se até imaginar uma confraternização promíscua à
porta da sede da Polícia Federal naquele 15 de setembro, com as equipes
de jornalismo da Globo e as do marketing político tucano, de
responsabilidade da produtora GW, cujos donos, por coincidência, são
dois ex-jornalistas da mesma Globo, Luiz Gonzales (o G) e Woile
Guimarães (o W).


O diretor de jornalismo da rede Globo, Ali Kamel, pode até achar que ao
deixar de responder às 10 perguntas da revista varreu a sujeira para
debaixo do debate. Mas as perguntas continuarão a perseguir o
jornalismo do império Globo. Porta-voz oficioso da ditadura e
colaborador da censura, como atestou uma vez o próprio ministro Armando
Falcão, expõe hoje sua incompatibilidade com as regras democráticas.


Kamel fala em isenção, mas é acusado de ter encomendado o sumiço da
fita de áudio na qual o delegado Bruno cita a Globo. Desapareceu ainda
a fita, editada, sobre Abel Pereira, empresário ligado ao PSDB que
supostamente tentava comprar o mesmo dossiê. Enfim, que diabo de
jornalismo é esse, que suprime o que compromete um partido e escancara
na manchete o que atinge o outro.

Alckmin é argentino?

Alckmin é argentino?

(Paulo Boblitz - out/8)





Eu acho que é... Isso explicaria, em parte, a pose que ele tem. Ele não consegue disfarçar, embora ultimamente não esteja mais aparecendo a comer de bandejão. Creio que alguém da cenografia mostrou como ele aparecia segurando o garfo, como a comida aparecia organizadinha demais da conta no bandejão, sem nenhum respinguinho que fosse nas laterais. Até o bandejão ficava simétrico demais em relação às paralelas da mesa. Tudo certinho que nem filme antigo de caubói americano, onde nada aparecia amarrotado e nem havia marcas de suor.



De bandejão ele pode ter parado de aparecer, mas de cafezinho, isso ainda ocorre uma vez ou outra. Quando ele aparecer de novo, prestemos atenção como ele segura o pires, como segura na asa da xicrinha. Não nega que conhece bem o que é porcelana.



Voltando a Argentina, só um argentino falaria assim do crescimento da própria terra. Nove por cento?, desse jeito, ultrapassará a China... Só sendo argentino, com aquela mania de grandeza que eles têm, principalmente quando falam para o brasileiro ouvir, para sair berrando isso por aí. Tal percentual lembra o crescimento de cem por cento do candidato Cristovam Buarque no primeiro turno.



Se o Alckmin é argentino, o quê que ele faz aqui no Brasil disputando eleição?



E o Fernando Henrique, hem..? Se ele estivesse fazendo isso nos Estados Unidos, já estaria interno em Guantanamo, pois só em abrir a boca, causa um verdadeiro pandemônio. Afinal, de que lado ele pensa que está? Do lado de Lula é que não é, pois não lhe faltam palavras amargas quando se pronuncia; do lado de Alckmin, também parece não estar, e aí, as razões ninguém consegue explicar, pois toda vez que se manifesta, seja por carta ou microfone, Alckmin vira o dito pelo não dito; e do lado dele próprio também não, pois que isso é coisa de gagá, aliás, não é a primeira vez que ele próprio se desmente. Agora, mandou dizer que é cacoete...



Alckmin dá um duro danado, gritando que esse negócio de privatização é invenção de Lula, e chega o Fernandão com o sestro dele, para entregar todo o serviço, chamando o companheiro de mentiroso.



Falando em esquizofrenia, creio que o Alckmin desenvolveu uma psicose policial. Há trinta dias que ele não faz outra coisa, se não perguntar de onde veio o dinheiro. Eu acho que ele sempre quis trabalhar na Receita Federal.



Outro assunto paranóico, é esta obsessão possessa de a todos os instantes, dizer que o Lula sabia..., que o Lula tinha que saber..., que o Lula, novamente, sabia... Eu acho que o Alckmin projeta no alheio, a própria condição de quem sempre soube o que acontecia no Estado de São Paulo.



Um corno, que dorme ao lado da mulher que o trai, às vezes nem chega a ser o último a saber, morrendo feliz e tranqüilo, o que se dirá de um relacionamento profissional, onde há uma certa distância, por força de protocolos e das próprias atividades?



Creio mesmo que o Alckmin, passada esta campanha, abrirá um restaurante, pois a propaganda da comida do bandejão que ele tanto propala e come, foi e é muito bem feita, tomando boa parte do tempo que ele tem na televisão, mostrando frango cozido cremoso, camarão, até feijoada!? Fiquei olhando aquele vapor de comida gostosa subindo ao céu, e confesso que deu vontade de jantar outra vez.



Devemos reconhecer que o sujeito tem bom gosto, e até tino comercial, pois que restaurante é ramo difícil pra chuchu..., chuchu!? Não é à toa que ele entende do assunto... Para mim, acho que ele tem futuro nesse ramo de bandejões.