sexta-feira, outubro 19, 2007

Pensamentos quase póstumos - LUCIANO HUCK

Pensamentos quase póstumos - LUCIANO HUCK

Luciano Huck foi assassinado. Manchete do "Jornal Nacional" de ontem. E eu, algumas páginas à frente neste diário, provavelmente no caderno policial. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura.


Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um presidente em silêncio.


Por quê? Por causa de um relógio.


Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado. Provavelmente não tiveram infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar tentando matar as pessoas em plena luz do dia. O lugar deles é na cadeia. Agora, como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa. Adoro São Paulo. É a minha cidade. Nasci aqui. As minhas raízes estão aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável.
Passei um dia na cidade nesta semana -moro no Rio por motivos profissionais- e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário. Todos nos Jardins, com assaltantes armados, de motos e revólveres. Onde está a polícia? Onde está a "Elite da Tropa"? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade. Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao transeunte, ao motorista, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Dois ladrões a bordo de uma moto, com uma coleção de relógios e pertences alheios na mochila e um par de armas de fogo não se teletransportam da rua Renato Paes de Barros para o infinito.
Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso.
Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro.
Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu o rolex, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir --com um 38 na testa-- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa.
De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças sendo assassinadas a golpes de estilete na periferia, assaltos a mão armada sendo executados em série nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo. Nem Bogotá é mais aqui.
Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios roubados? Onde vende? Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber. Alguém consegue explicar um assassino condenado que passa final de semana em casa!? Qual é a lógica disso? Ou um par de "extraterrestres" fortemente armado desfilando pelos bairros nobres de São Paulo?
Estou à procura de um salvador da pátria. Pensei que poderia ser o Mano Brown, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal. Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela. Pensei no presidente, mas não sei no que ele está pensando.
Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei". Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo. E, se você ainda não tem um assalto para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar.
Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio. Isso não está certo.
LUCIANO HUCK, 36, apresentador de TV, comanda o programa "Caldeirão do Huck", na TV Globo. É diretor-presidente do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias

Acrescento a esse texto a informação de que nenhum dos mais de 60 projetos de segurança pública na Câmara Federal e no Congresso foram votados entre o ano passado até agora.

Ontem foi a vez do Luciano Huck, amanhã pode ser a sua! Pense nisso!

Vem aí as eleições municipais em 2008. Pense bem!



Não vale a corrupção, a impunidade; a violência e o desemprego. Não vale a democracia representativa que só tem representado os interesses do capital através de políticos safados; não vale o aumento absurdo dos 15 salários anuais dos deputados e senadores, enquanto o povo morre de fome, de assistência médica, etc.
Vale a democracia direta e participativa. Vale a vida. Vale, acima de tudo, a nossa teimosia. Vale o fim do voto obrigatório e enquanto isso não acontece, vale o VOTO NULO!



São José dos Campos, Outubro/2007

M.N.V.N. – Movimento Nacional pelo Voto Nulo / Fim do Voto obrigatório
http://www.geocities.com/anuleovoto/
ORKUT - http://www.orkut.com/Home.aspx?xid=11407811020479462641

quarta-feira, outubro 03, 2007

Congreço

É venho me surpreendendo cada vez mais com nossos (ladrões de colarinho), opá, políticos não contente em cometer erros que penalizam todo o pais, eles agora cometem até assassinato, isso mesmo assassinato olha um carimbo ooficial deles que está presente em vários documentos...
Erro no congresso
foto com erro destacado




P.S. Qualquer erro de português será aceito pois se o poder máximo do nosso pais pode errar grafia por que mim :) não pode errar...

terça-feira, outubro 02, 2007

Ainda tem gente que defende o indefensável!

Ainda tem gente que defende o indefensável!



Nos dias de hoje o cidadão brasileiro sofre de emboscada antes dos 20, de velhice antes dos 50 e de fome e desemprego um pouco por dia.



Em qualquer cidade, pacíficos cidadãos não podem sair às ruas para exercer seu direito de caminhar com um mínimo de segurança. Ronda em cada passo seu a bala perdida no tiroteio entre o traficante e a polícia, o ataque do assaltante que leva seus bens e sua vida, o mau estado das ruas que lhes ameaça a integridade física, a irresponsabilidade dos condutores de veículos, moto ou carro ou o que for. Perigo na terra, perigo no céu! Gol e Tam que o digam! Ou melhor, a agonia dos pilotos e tripulação refletem o caos e o terrorismo político que vivemos.

Pior, os deuses dos quatro cantos do planeta NÃO podem ajudar em nada. Suas televisões, seus milagres via satélite, suas lojinhas e sacolinhas, suas meditações, orações e adorações só servem mesmo pra "extorquir" mais ainda o povo, o cidadão sofrido, que ainda move a indústria da fé fazendo-a faturar alguns bilhões de reais por ano num país de miseráveis.



Que Brasil é este? Como disse André Petry "aquele que vive entre a punição injusta e a impunidade aberta". Do catador de papelão José Machado Sobral preso por engano em Guarulhos (SP) por dois anos e meio condenado por um crime que não cometeu, também, graças à ajuda da Justiça que não emitiu o alvará de soltura devido a tal burocracia. A mesma burocracia que com a maior agilidade encantou o senador quando ganhou a concessão da nova rádio FM para operar em Alagoas.



O tal senador, curiosamente é o mesmo que preside outros tantos no Senado e que até agora nem se preocuparam com mais de 50 projetos de segurança pública que tramitam no parlamento sem data de votação. Tais "senhores" só se movem por oportunidade de promoção pessoal. Isso, porém, não é privilégio só de Brasília. Acontece no seu estado, no seu município.

Porque como disse o próprio César Benjamin (cientista político e fundador do PT) "Nós nos tornamos uma nação covarde, que não enfrenta seus problemas, preferindo posterga-los até onde não se sabe".

Via o futebol!. Viva o carnaval!. Tem cerveja?. Tem cachaça? Então, isso é o que importa!.



Se analisarmos a conjuntura política brasileira, temos assistido o inverso da proposta grega sobre o real entendimento da política. Por aqui, os interesses individuais sobrepõem-se aos interesses coletivos, o bem comum é substituído pelo bem privado e os vícios e mazelas tão antigas das instituições e da cultura política, como o clientelismo, a corrupção, o apadrinhamento, a impunidade (até mesmo, com suas danças), o patrimonialismo, o lobbysmo, etc. etc. etc. sempre fizeram parte deste sistema doentio de governo desde o Império.



A recente pesquisa elaborada pela Corporação Latino-barômetro difundida a poucos dias em Santiago (Chile) revelou que entre os países pesquisados, o Brasil foi o que apresentou o menor grau de satisfação com a democracia: apenas 37% dos brasileiros se disseram satisfeitos com o regime. A pesquisa foi divulgada entre os chanceleres e chefes de delegação que participam da 33ª conferência anual da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Outra pesquisa divulgada na semana passada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) mostra que apenas 11% dos brasileiros confiam nos políticos e 16%, nos partidos políticos.

A pesquisa mostra ainda que 79,8% discordam do foro privilegiado para pessoas que ocupam cargos públicos, como previsto atualmente na lei brasileira.


Pois bem, diante de tamanhas aberrações que um sistema político caótico se apresenta por mais de 500 anos nesse país, ainda tem gente que defende o indefensável.

Não podemos nos esquecer dos corruptores (banqueiros, empresários, grupos estrangeiros, etc.), aqueles que detêm o poder da grana, que almoçam e jantam a nação brasileira, e que todas às vezes apenas aguardam o desfecho para ver quem será o próximo subornável. Será facilmente encontrável. Já dizia o grande "poeta" Magri!



A ONG Transparência Brasil, que revelou que a compra de votos triplicou nas eleições de 2006 e que as faixas mais vulneráveis à compra de votos não são os mais pobres ou os menos instruídos, mas os mais jovens. Sinais de irregularidades nas administrações municipais histórico comprometedor da autoridade eleita e de seus auxiliares; falta de transparência nos atos administrativos do governante; ausência de controles administrativos e financeiros; subserviência do Legislativo e dos Conselhos municipais; baixo nível de capacitação técnica dos colaboradores e ausência de treinamento de funcionários públicos; alheamento da comunidade quanto ao processo orçamentário,etc.



Para os que defendem o voto obrigatório (o indefensável) eu pergunto: - Fala-se muito que o voto é uma conquista de liberdade. É um direito e um dever do cidadão. Mas será que por tratar de liberdade de um povo esse mesmo voto não deveria ser espontâneo, optativo e voluntário?

A grande maioria dos países que ainda se utilizam do voto obrigatório faz parte do "Terceiro Mundo", como Peru, Paraguai, Chile, Moçambique, Venezuela, Uruguai, México, Angola, Filipinas, Costa Rica, Honduras, Argentina, Grécia, Guatemala, além, é lógico, do Brasil. Que pena!



Há duas formas de cumprir um dever. Podemos agir "de acordo com o dever" ou "pelo sentido do dever". Quando respeitamos o uso do cinto de segurança por medo de receber multa, estamos agindo "de acordo com o dever". Mas podemos também usar o cinto por acreditar que ele é uma forma de estarmos seguros no trânsito, por exemplo. Nesse caso, agimos "pelo sentido do dever". Quando eu passo a usar o cinto de segurança por acreditar no benefício e não pelo peso da multa que vou levar, sou mais livre do que na hipótese inversa. Estou agindo menos por interesse próprio e mais porque decidi exercer minha racionalidade.



Com o voto obrigatório pode ser a mesma coisa. De algum modo reduzimos o grau de liberdade que existe por trás da decisão espontânea do cidadão de ir à seção eleitoral e escolher um candidato.
Com a "abolição" do voto obrigatório o custo do processo político seria menor, menos desvirtuado e com reduzido risco de aventuras políticas. O voto deixaria de ser "o fardo da cidadania" para ser a consciente e estudada expressão da vontade popular.



Vem aí as eleições municipais em 2008. Pense bem!



Não vale a corrupção, a impunidade; a violência e o desemprego. Não vale a democracia representativa que só tem representado os interesses do capital através de políticos safados; não vale o aumento absurdo dos 15 salários anuais dos deputados e senadores, enquanto o povo morre de fome, de assistência médica, etc.

Vale a democracia direta e participativa. Vale a vida. Vale, acima de tudo, a nossa teimosia. Vale o fim do voto obrigatório e enquanto isso não acontece, vale o VOTO NULO!



São José dos Campos, Outubro/2007

M.N.V.N. – Movimento Nacional pelo Voto Nulo / Fim do Voto obrigatório
http://www.geocities.com/anuleovoto/
ORKUT - http://www.orkut.com/Home.aspx?xid=11407811020479462641