terça-feira, outubro 02, 2007

Ainda tem gente que defende o indefensável!

Ainda tem gente que defende o indefensável!



Nos dias de hoje o cidadão brasileiro sofre de emboscada antes dos 20, de velhice antes dos 50 e de fome e desemprego um pouco por dia.



Em qualquer cidade, pacíficos cidadãos não podem sair às ruas para exercer seu direito de caminhar com um mínimo de segurança. Ronda em cada passo seu a bala perdida no tiroteio entre o traficante e a polícia, o ataque do assaltante que leva seus bens e sua vida, o mau estado das ruas que lhes ameaça a integridade física, a irresponsabilidade dos condutores de veículos, moto ou carro ou o que for. Perigo na terra, perigo no céu! Gol e Tam que o digam! Ou melhor, a agonia dos pilotos e tripulação refletem o caos e o terrorismo político que vivemos.

Pior, os deuses dos quatro cantos do planeta NÃO podem ajudar em nada. Suas televisões, seus milagres via satélite, suas lojinhas e sacolinhas, suas meditações, orações e adorações só servem mesmo pra "extorquir" mais ainda o povo, o cidadão sofrido, que ainda move a indústria da fé fazendo-a faturar alguns bilhões de reais por ano num país de miseráveis.



Que Brasil é este? Como disse André Petry "aquele que vive entre a punição injusta e a impunidade aberta". Do catador de papelão José Machado Sobral preso por engano em Guarulhos (SP) por dois anos e meio condenado por um crime que não cometeu, também, graças à ajuda da Justiça que não emitiu o alvará de soltura devido a tal burocracia. A mesma burocracia que com a maior agilidade encantou o senador quando ganhou a concessão da nova rádio FM para operar em Alagoas.



O tal senador, curiosamente é o mesmo que preside outros tantos no Senado e que até agora nem se preocuparam com mais de 50 projetos de segurança pública que tramitam no parlamento sem data de votação. Tais "senhores" só se movem por oportunidade de promoção pessoal. Isso, porém, não é privilégio só de Brasília. Acontece no seu estado, no seu município.

Porque como disse o próprio César Benjamin (cientista político e fundador do PT) "Nós nos tornamos uma nação covarde, que não enfrenta seus problemas, preferindo posterga-los até onde não se sabe".

Via o futebol!. Viva o carnaval!. Tem cerveja?. Tem cachaça? Então, isso é o que importa!.



Se analisarmos a conjuntura política brasileira, temos assistido o inverso da proposta grega sobre o real entendimento da política. Por aqui, os interesses individuais sobrepõem-se aos interesses coletivos, o bem comum é substituído pelo bem privado e os vícios e mazelas tão antigas das instituições e da cultura política, como o clientelismo, a corrupção, o apadrinhamento, a impunidade (até mesmo, com suas danças), o patrimonialismo, o lobbysmo, etc. etc. etc. sempre fizeram parte deste sistema doentio de governo desde o Império.



A recente pesquisa elaborada pela Corporação Latino-barômetro difundida a poucos dias em Santiago (Chile) revelou que entre os países pesquisados, o Brasil foi o que apresentou o menor grau de satisfação com a democracia: apenas 37% dos brasileiros se disseram satisfeitos com o regime. A pesquisa foi divulgada entre os chanceleres e chefes de delegação que participam da 33ª conferência anual da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Outra pesquisa divulgada na semana passada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) mostra que apenas 11% dos brasileiros confiam nos políticos e 16%, nos partidos políticos.

A pesquisa mostra ainda que 79,8% discordam do foro privilegiado para pessoas que ocupam cargos públicos, como previsto atualmente na lei brasileira.


Pois bem, diante de tamanhas aberrações que um sistema político caótico se apresenta por mais de 500 anos nesse país, ainda tem gente que defende o indefensável.

Não podemos nos esquecer dos corruptores (banqueiros, empresários, grupos estrangeiros, etc.), aqueles que detêm o poder da grana, que almoçam e jantam a nação brasileira, e que todas às vezes apenas aguardam o desfecho para ver quem será o próximo subornável. Será facilmente encontrável. Já dizia o grande "poeta" Magri!



A ONG Transparência Brasil, que revelou que a compra de votos triplicou nas eleições de 2006 e que as faixas mais vulneráveis à compra de votos não são os mais pobres ou os menos instruídos, mas os mais jovens. Sinais de irregularidades nas administrações municipais histórico comprometedor da autoridade eleita e de seus auxiliares; falta de transparência nos atos administrativos do governante; ausência de controles administrativos e financeiros; subserviência do Legislativo e dos Conselhos municipais; baixo nível de capacitação técnica dos colaboradores e ausência de treinamento de funcionários públicos; alheamento da comunidade quanto ao processo orçamentário,etc.



Para os que defendem o voto obrigatório (o indefensável) eu pergunto: - Fala-se muito que o voto é uma conquista de liberdade. É um direito e um dever do cidadão. Mas será que por tratar de liberdade de um povo esse mesmo voto não deveria ser espontâneo, optativo e voluntário?

A grande maioria dos países que ainda se utilizam do voto obrigatório faz parte do "Terceiro Mundo", como Peru, Paraguai, Chile, Moçambique, Venezuela, Uruguai, México, Angola, Filipinas, Costa Rica, Honduras, Argentina, Grécia, Guatemala, além, é lógico, do Brasil. Que pena!



Há duas formas de cumprir um dever. Podemos agir "de acordo com o dever" ou "pelo sentido do dever". Quando respeitamos o uso do cinto de segurança por medo de receber multa, estamos agindo "de acordo com o dever". Mas podemos também usar o cinto por acreditar que ele é uma forma de estarmos seguros no trânsito, por exemplo. Nesse caso, agimos "pelo sentido do dever". Quando eu passo a usar o cinto de segurança por acreditar no benefício e não pelo peso da multa que vou levar, sou mais livre do que na hipótese inversa. Estou agindo menos por interesse próprio e mais porque decidi exercer minha racionalidade.



Com o voto obrigatório pode ser a mesma coisa. De algum modo reduzimos o grau de liberdade que existe por trás da decisão espontânea do cidadão de ir à seção eleitoral e escolher um candidato.
Com a "abolição" do voto obrigatório o custo do processo político seria menor, menos desvirtuado e com reduzido risco de aventuras políticas. O voto deixaria de ser "o fardo da cidadania" para ser a consciente e estudada expressão da vontade popular.



Vem aí as eleições municipais em 2008. Pense bem!



Não vale a corrupção, a impunidade; a violência e o desemprego. Não vale a democracia representativa que só tem representado os interesses do capital através de políticos safados; não vale o aumento absurdo dos 15 salários anuais dos deputados e senadores, enquanto o povo morre de fome, de assistência médica, etc.

Vale a democracia direta e participativa. Vale a vida. Vale, acima de tudo, a nossa teimosia. Vale o fim do voto obrigatório e enquanto isso não acontece, vale o VOTO NULO!



São José dos Campos, Outubro/2007

M.N.V.N. – Movimento Nacional pelo Voto Nulo / Fim do Voto obrigatório
http://www.geocities.com/anuleovoto/
ORKUT - http://www.orkut.com/Home.aspx?xid=11407811020479462641

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