As alegorias da Bíblia
"Havia um macaco no meio do caminho, no meio do caminho havia um macaco..."
No dia 16 de Setembro de 2008 o arcebispo Gianfranco Ravasi, ministro
da Cultura do Vaticano, declarou durante o anúncio de uma conferência
de cientistas, teólogos e filósofos que acontecerá em Roma em março de
2009, marcando os 150 anos da publicação da obra "A Origem das
Espécies", de Darwin que a teoria da evolução é compatível com a
Bíblia, mas que não planeja um pedido de desculpas póstumo a Charles
Darwin pela fria recepção dada a ele há 150 anos. E que, o
criacionismo é a crença de que Deus teria criado o mundo em seis dias,
como é descrito na Bíblia, mas que a Igreja Católica interpreta a
acepção do Gênesis literalmente, dizendo que ela é uma alegoria para a
maneira na qual Deus criou o mundo.
Alegoria é uma série de metáforas ou uma metáfora que pretende
concretizar um pensamento ou uma situação abstrata. Por sua vez, o que
resulta de uma abstração é o contrário de concreto, real.
O livro de Gênesis (do grego G??es??, "origem", "nascimento",
"criação") é o primeiro livro da Bíblia. Fazem parte do Pentateuco, os
cinco primeiros livros bíblicos, cuja autoria é atribuída, pela
tradição judaico-cristã, a Moisés. Gênesis é o nome dado pela
Septuaginta ao primeiro destes livros, ao passo que seu título
hebraico Bereshit ("No princípio") é tirado da primeira palavra de sua
sentença inicial. O autor é dado como indeterminado (a tradição
judaico-cristã sustenta ter sido Moisés) e significa: começo,
princípio, origem.
Como sabemos, a Bíblia é uma coleção de livros catalogados,
considerados como divinamente inspirados pelas três grandes religiões
dos filhos de Abraão, que são o Cristianismo, o Judaísmo e o
Islamismo. e por isso são conhecidas como as religiões do Livro. É
sinônimo de "Escrituras Sagradas" e "Palavra de Deus". Chama-se
Vulgata a esta versão latina da Bíblia, que foi usada pela Igreja
Católica Romana durante muitos séculos, e ainda hoje é fonte para
diversas traduções.
O nome vem da frase versio vulgata, isto é "versão dos vulgares", e
foi escrito em um latim cotidiano usado na distinção consciente ao
latim elegante de Cícero, do qual Jerônimo (São Jerónimo, Jerônimo na
ortografia brasileira, (Strídon, cerca de 347 — Belém, 30 de setembro
de 419/420), de seu nome completo Eusebius Sophronius Hieronymus) era
um mestre. Após o Concílio Vaticano II, por determinação de Paulo VI,
foi realizada uma revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico.
Esta revisão, terminada em 1975, e promulgada pelo Papa João Paulo II
em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata.
Lembrando que no Concílio de Nicéia se discutiu sobre os evangelhos:
mais precisamente quais evangelhos fariam parte da Bíblia. Promovido
por Constantino, o Grande na sua posição de Sumo Pontífice - cargo
tradicionalmente ocupado por todos os imperadores romanos, e que tinha
a ver com a regulação de toda e qualquer prática religiosa no Império
Romano.
Pois bem, quando Galileu Galilei afirmou que a Terra era redonda logo
teve de se retratar perante a igreja católica para não ser decapitado.
Nicolau Copérnico (em polaco Mikolaj Kopernik) cuja a teoria do
Heliocentrismo , colocou o Sol como o centro do Sistema Solar,
contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que considerava, a
Terra como o centro) teve do cardeal Roberto Francisco Belarmino
(Roberto Francesco Romolo Bellarmino (Santo Roberto Belarmino foi um
dos trinta e três Doutores da Igreja) que presidiu o tribunal a
proibição da sua teoria.
Os países latino-americanos, o Brasil entre eles, carregam uma triste
herança vinda da Ibéria. A profunda hostilidade à ciência desencadeada
nos tempos da Contra-Reforma católica (1534-1590) colocou o
conhecimento científico sob desconfiança das autoridades clericais e
seculares. Creditaram-no como obra do mal, prejudicial à fé do bom
cristão e à boa ordem das coisas.
"Não permitirás que viva uma feiticeira".
(Êxodo – Cap. XXII – Versículo XVIII)
O que o Sr. Gianfranco Ravasi na sua declaração, disse ser "alegoria",
no passado (assim como na 2ª guerra) serviu para a condenação e até
mesmo a morte de inúmeras pessoas.
A caça às bruxas ou a Santa Inquisição teve seu início no ano de 1184,
em Verona, com o Papa Lúcio III. Em 1198, o Papa Inocêncio III já
havia liderado uma cruzada contra os albigenses (hereges do sul da
França), promovendo execuções em massa.
Em 1229, sob a liderança do Papa Gregório IX, no Concílio de Tolouse,
foi oficialmente criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício. Em
1252, o Papa Inocêncio IV publicou o documento intitulado Ad
Exstirpanda, que foi fundamental na execução do plano de exterminar os
hereges. O Ad Exstirpanda foi renovado e reforçado por vários papas
nos anos seguintes. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXII)
declarou oficialmente que a Bruxaria, e a Antiga Religião dos pagãos
constituíam um movimento e uma "ameaça hostil" ao cristianismo. Os
inquisidores, cidadãos encarregados de investigar e denunciar os
hereges, eram doutores em Teologia, Direito Canônico e Civil.
Inquisidores e informantes eram muito bem pagos. Todos os que
testemunhassem contra uma pessoa supostamente herege, recebiam uma
parte de suas propriedades e riquezas, caso a vítima fosse condenada.
Geralmente as vítimas não conheciam seus acusadores, que podiam ser
homens, mulheres e até crianças. O processo de acusação, julgamento e
execução era rápido, sem formalidades, sem direito à defesa. Ao réu, a
única alternativa era confessar e retratar-se, renunciar sua fé e
aceitar o domínio e a autoridade da Igreja Católica. Os direitos de
liberdade e de livre escolha não eram respeitados. Os acusados eram
feitos prisioneiros e, sob tortura, obrigados a confessarem sua
condição herética. As mulheres, que eram a maioria, comumente eram
vítimas de estupro. A execução era realizada, geralmente, em praça
pública sob os olhos de todos os moradores. Punir publicamente era uma
forma de coagir e intimidar a população. A vítima podia ser enforcada,
decapitada, ou, na maioria das vezes, queimada.
No século XVIII chega ao fim as perseguições aos pagãos, sendo que a
lei da Inquisição permaneceu em vigor até meados do século XX, mesmo
que teoricamente. Na Escócia, a lei foi abolida em 1736, na França em
1772, e na Espanha em 1834. O pesquisador Justine Glass afirma que
cerca de nove milhões de pessoas foram acusadas e mortas, entre os
séculos que durou a perseguição.
Para se ter uma idéia, durante o Holocausto (extermínio de milhões de
judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista de
Adolf Hitler) onze milhões de vítimas inocentes foram exterminadas
(seis milhões das quais judeus) fonte: Walter Reich, no site do
American Enterprise Institute.
Por fim, quantas outras "alegorias" fazem parte da Bíblia?
Infelizmente para o Sr.Gianfranco Ravasi eu diria que a palavra é como
a desintegração do átomo, causa uma grande destruição de imediato, mas
seu efeito maior é retardado, pois perdura por muitos anos causando
silenciosamente danos no nosso espírito, em nossa mente e no nosso
corpo físico.
"Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais
deles aos falsos profetas!" (São Lucas, 6, 26)
Como homem do mar de pesquisa e informação quero morrer pelo que acho
de fato e não pelas iscas de pescadores iludidos.
Falando em iludidos...
"É com o exercício do voto nulo que poderemos abrir os caminhos para
a extinção do voto obrigatório" e estabelecer de vez a verdadeira
democracia no País.
São José dos Campos Setembro/2008
Hypólito Martinez Jr.
M.N.V.N. – Movimento Nacional pelo Voto Nulo
http://www.geocities.com/anuleovoto/
http://www.usinadaspalavras.com/txtautor.php?id_autor=1134
ORKUT - http://www.orkut.com/Home.aspx?xid=11407811020479462641
Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de
repente você estará fazendo o impossível. Francisco de Assis (Frade Católico)
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