Eleições: contra a corrupção
Antonio Ermírio de Moraes
25-Aug-2006
Pouco adianta descobrir se a crise moral por que passamos é maior ou menor
do que as do passado.
O fato é que ela é gigantesca. A corrupção atingiu os três poderes do
governo: Executivo, Legislativo e Judiciário.
É uma crise avassaladora e que não pára de crescer.
O espaço deste artigo seria insuficiente para enumerar todos os órgãos
envolvidos em falcatruas com o dinheiro público.
A corrupção tornou-se sistêmica e atingiu toda a máquina pública, com
honrosas exceções.
Pouco adianta, tampouco, salientar os prejuízos que isso causa à nação, ao
corroer os parcos recursos do governo e comprometer os investimentos mais
essenciais. A crise moral extrapolou a dimensão econômica.
O que mais me preocupa nos dias atuais é a deterioração de valores que pode
ocorrer em nossa juventude.
Sim, porque é ela que vai carregar esta nação amanhã.
Nada pior do que destruir o idealismo dos jovens. Uma nação sem jovens é
uma nação morta.
Nossos jovens estão sendo submetidos a uma acachapante contradição.
Eles vêem uma realidade que não tem nada a ver com os valores que seus pais
lhes ensinaram.
Essa contradição se repete a cada dia, com novos personagens que entram em
cena com o mesmo pleito de inocência - depois de cometerem as maiores
barbaridades.
Logo depois vêm outros, que tiram de cena os primeiros, numa sucessão de
corruptos e corruptores que parece não ter mais fim.
Será que, de tanto ver essa tragédia nacional, os jovens de hoje vão
ensinar os valores da realidade aos seus filhos?
Ou transmitirão a eles os valores que aprenderam de seus pais?
Não podemos brincar com fogo. Estamos submetendo nossos jovens às mais
absurdas frustrações e criando neles a nefasta filosofia do ceticismo, da
descrença e da desilusão. Isso os leva ao individualismo extremado, à
prática da Lei de Gerson e ao salve-se-quem-puder.
Caro leitor. Temos de reagir. Não podemos apagar a chama da nossa
juventude.
Vamos fazer uma cruzada em favor da moralização dos costumes, elegendo em
outubro próximo apenas os que têm um programa claro de combate à corrupção.
Mais do que isso, vamos nos preparar para cobrar dos eleitos, de todas as
formas possíveis, a concretização de seus compromissos de campanha.
Democracia é isso: é o melhor regime, mas, também, o mais trabalhoso.
Por isso, caro leitor-eleitor, prepare-se para votar bem e, sobretudo, para
enviar cartas, fax, e-mails aos eleitos.
O tempo todo. Durante quatro anos. Até que limpemos este país dessa gangue
de destruidores de valores e de jovens.
Antonio Ermírio de Moraes
Empresário
Um comentário:
Está tudo errado no Brasil. como já dizia uma banda de rock: "...a terra é uma beleza, o que estraga é essa gente, filha da puta..."
Político julga (julga?) político.
Político decide seu próprio salário (aí não falta verba). O povão só faz de lascar. Político só lembra que o povo existe na hora de pedir votos. Aí vale tudo: tapinha nas costas, abraçar o peão suado, carregar o no colo o fedido, digo o fedelho daquela mãe desdentada rodeada por mais de dez rebentos, e por aí vai. Prometem tudo com a cara mais limpa do mundo. já nem dizem mais: "-se for eleito prometo...". Agora dizem taxativamente e com uma seriedade mortal "-vou fazer isso, vou fazer aquilo...", como se já estivessem eleitos!
Alguem já disse: "- cada povo tem o governo que merece". Deve ser verdade! Nós merecemos mesmo esses politicos e essa política desumana que nos governa. Só fazemos lamentar, uns com os outros, quando deveríamos sair nas ruas, aos milhares, protestando, exigindo.
Cadeia para os leza-pátria.
Que se reformule as leis.
Prisão para todos os ladrões, desde o "ladrão de galinha" ao safado que trabalha (trabalha?) em gabinetes climatizados. Fora corruptos!!!!!!!!!!!!
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