O ocaso do absurdo
Roubalheira e corrupção há em toda parte, mesmo em países desenvolvidos, com leis estáveis e instituições fortes. A diferença marcante está na reação dos súditos. Enquanto nações que demonstram alguma vergonha na cara cobram dos seus representantes atitudes enérgicas contra a bandalheira e não se deixam engabelar com facilidade, povos indolentes, como o nosso, deixam-se levar pela ginga dos malandros e pela retórica ululante dos mal intencionados.
Vivemos uma das mais graves e profundas crises de toda a nossa história republicana e tudo parece perfeitamente normal, como se vivêssemos num reino de faz-de-conta.
"Creio porque é absurdo". Assim Tertuliano (155-220) formulou o primeiro princípio da crença ideológica. No Brasil de hoje grande parte da população está crendo no absurdo induzida pela retórica governamental que deforma a realidade para moldá-la a seus interesses; pela propaganda que perverte a linguagem gerando a miopia política que impede o povo de enxergar o avanço do seu próprio mal; pela "prostituição" de certos meios de comunicação que passam a servir não à opinião pública no sentido de informá-la, mas objetivam conformá-la aos desígnios de domínio dos donos do poder.
A idéia em fazer uma constituinte para fazer uma reforma política é boa. Mas é um factóide. Tem cheiro de verdade, gosto de verdade, mas não é verdadeira. O mais lógico, em primeiro lugar, seria a tomada de medidas mais realistas. A primeira delas seria a de promover um mutirão ético em conjunto com o Congresso – que é controlado pelos senhores Aldo Rebelo e Renan Calheiros – e a Justiça Eleitoral. Aplicando com rigor a atual legislação, a justiça poderia provocar uma devastação no quadro de mensaleiros, sanguessugas, caloteiros de precatórios alimentares, padrinhos e afilhados políticos (sem concurso público) ocupando presidências, diretorias, superintendências e gerências em empresas e companhias do estado, etc., que tentam disputar a reeleição.
O porquê desses "políticos" se arrogarem o direito de dobrar a consciência de outros, de impor ladra e tiranicamente suas vontades sobre a sociedade. Creio que se trata de um processo de morbidez político-psicológica. Um absurdo!
Falando em absurdo... a falsa gratuidade do horário eleitoral, somos nos que pagamos pra ver aquilo O financiamento das campanhas, também dinheiro nosso, pagamos pra sujarem as nossa cidades, ficarem de risinhos falsos e ridículos nas esquinas distribuindo santinhos e depois pagamos pra limpar. Pagamos pra receber um serviço de baixa ou nenhuma qualidade, (como, Água, luz, e telefone) pagamos para sermos esquecidos por quatro anos, um tipo de 'ahh me deixem em paz, por favor!', esquecemos que nós é que deveríamos causar esse sentimento nos políticos, saber cada passo, cada projeto de lei, monção, presença nas seções... fazer com que eles nos conhecesse pelo nome, mas não pra pedir uma vantagem... mas por conta da fiscalização!!
Todos (eu disse, todos) os partidos políticos estão em xeque!
Os episódios dos últimos meses de 2005 até agora mostram bem como está enraizada nos atores políticos uma distorção de comportamento que chega às raias do absurdo.
No próximo artigo "darei nome aos bois".
Absurdo também é a maioria dos eleitores brasileiros não possuir grande consciência política, votando por impulso de última hora, escolhendo principalmente apresentadores de rádio ou televisão e candidatos já velhos (raposas) no cenário político, ou seus filhos e netos, capazes de maior marketing...(sempre os mesmos) Só que no Brasil a participação de todos é compulsória, chegando a haver multas por forfait.
VOTAR NULO para exigir um referendo contra o voto obrigatório é extinguir a herança do atraso secular que recebemos. É acabar com o estado falido, a burocracia paralítica, a corrupção endêmica, o poder das oligarquias. Dizem alguns: mas o crescimento não chega aos pobres. Por que não? Porque o estado inchado suga toda a poupança. Não chega porque não há dinheiro para a educação. Porque a burocracia está unida à corrupção, ao crime com a conivência de um judiciário atrasado. Não chega porque os políticos fisiológicos não fazem as reformas. Porque eu e você somos OBRIGADOS ainda a VOTAR!
Além da democracia precisamos também de República, uma coisa não vive sem a outra. Já temos a democracia. Quando teremos uma república funcionando sem as doenças graves que impedem o seu funcionamento? O sistema político atual!.
O Brasil é tão bom como o seu voto...mas, os políticos que estão aí NÃO!
"É com o exercício do voto nulo que poderemos abrir os caminhos para a extinção do voto obrigatório" e estabelecer de vez a verdadeira democracia no País.
Hypólito Martinez Jr.
M.N.V.N. – Movimento Nacional pelo Voto Nulo
http://www.geocities.com/anuleovoto/
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